CONJUNTURA
Victor Gentilli
Os movimentos não são articulados, mas já se comenta muito suas novas possibilidades. Por um lado, a regulamentação profissional vai modificando profundamente a formação profissional, com o fim potencial da obrigatoriedade do diploma para o exercício profissional do jornalismo.
Ao mesmo tempo, fruto da mera coincidência, a Área Acadêmica de Comunicação vai sistematizando sua discussão sobre mestrados profissionais, discussão estimulada pelo MEC e pela Capes. Não há ainda um debate específico sobre o jornalismo, embora o debate na área de comunicação siga avançando.
Os cursos de graduação em Jornalismo não vão acabar, como pensam os mais assustados. Nossos vizinhos de Publicidade e Propaganda nunca tiveram obrigatoriedade de diploma e isto jamais se constituiu em fator limitador da procura dos cursos.
Não é de hoje que se pensa na alternativa de uma pós-graduação profissionalizante, que habilite o estudante ao exercício do jornalismo, tendo ele qualquer outra formação em graduação. Aliás, a própria criação do Labjor da Unicamp surgiu como um resultado prático deste tipo de visão.
O debate sobre o mestrado profissional que vem sendo conduzido, ainda de forma muito fechada, pela comunidade acadêmica sequer insinua esta possibilidade. Certamente, os formuladores dos documentos iniciais ainda o fizeram sob a vigência plena da regulamentação profissional do jornalista que exigia a obrigatoriedade do diploma.
Mas o tema vai ser levantado aqui. Sempre se propôs que uma alternativa à formação graduada fosse uma formação pós-graduada. Esta possibilidade nunca esteve tão próxima e tão possível.
Em breve, algumas instituições deverão insinuar-se com mais vigor.
Aguardemos.