Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

O rei do jornalismo chicano

LATINOS EM NY

A mudança na origem da população hispânica de Nova York foi o que motivou Louis Sito, há três anos, a convencer os donos do jornal Newsday, onde trabalhava, a abrirem com ele na cidade um novo diário de língua espanhola. Ele ouviu muitos alertas sobre o fato de que falharam outras tentativas de competição com o líder El Diario/La Prensa, mas insistiu e fez o Hoy chegar às bancas.

Segundo Jayson Blair [New York Times, 12/2/02], em pouco tempo o novo jornal alcançou a liderança de seu segmento de mercado. "El Diario se tornou um jornal porto-riquenho, porque houve uma época em que mais da metade dos imigrantes hispanófonos de Nova York era de Porto-Rico", conta Sito, explicando o motivo do êxito. "Não que eu seja muito esperto, só me dei ao trabalho de olhar as estatísticas e perceber que poderia montar um jornal que atendesse a um grande grupo sem cobertura do El Diário." Na crescente população latino-americana em Nova York, os oriundos de Porto Rico representam fatia cada vez menor: sua presença diminuiu 12% nos últimos 10 anos. O número de mexicanos aumentou 100%, o de equatorianos, 28%, e o de dominicanos, 22%.

Gerson Borrero, editor-chefe do Diario/La Prensa, está inconformado com a concorrência, e classifica Hoy como "um jornal ilegítimo subsidiado por sua empresa matriz". Ele acusa o diário de Sito de mentir sobre sua circulação. "Eles podem enganar a outras pessoas, mas não a mim", esbraveja. O órgão responsável pela verificação de circulação, no entanto, atesta a liderança do Hoy. Sito, imigrante cubano, planeja um jornal em espanhol que circule em todo o país.

TELEVISÃO

O engenheiro Bill Hendershot, da Califórnia, inventou uma máquina que tem atraído a atenção dos donos de televisão dos EUA. A Time Machine (máquina do tempo) varre a programação quadro-a-quadro e, quando encontra dois idênticos seguidos, apaga um deles. Este processo consegue, em geral, fazer aparecer, como que por mágica, um espaço de 30 segundos em 22 minutos de fita, e é quase impossível para o espectador perceber que algumas partículas de seu programa foram "roubadas".

"É tão bom que você pode mostrar aos artistas e ao diretor que fizeram o programa e eles não perceberão a diferença", garante Hendershot, que já vendeu mais de 100 unidades de sua engenhoca, por US$ 93 mil cada. De fato, seu uso passou despercebido até que um repórter de futebol americano notou que o jogo a que assistia no estádio não estava sempre exatamente no mesmo ponto que o que passava ao vivo na TV.

Outro recurso interessante do aparelho é o que sincroniza canais diferentes, permitindo colocar um anúncio no ar em várias estações ao mesmo tempo ? obrigando o telespectador a assisti-lo. Segundo a AP (6/2/02), a Associação Americana de Agências de Propaganda está preocupada com a Time Machine. Afinal, se ela pode roubar tempo dos programas pode fazê-lo com os anúncios também.