VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS
Um juiz iraniano acusou um interrogador do Ministério da Inteligência de assassinato "semi-intencional" de Zahra Kazemi, fotojornalista de cidadania canadense e iraniana espancada até a morte numa prisão no Irã, em julho. O mesmo juiz, porém rejeitou acusações contra um segundo funcionário do governo, segundo informações do jornal estatal iraniano.
Zahra fotografava uma manifestação estudantil em uma prisão do Teerã quando foi detida, em 23/6. Sua morte causou uma crise democrática entre Canadá e Irã, além de ter exacerbado a rivalidade entre linha-duras iraquianos que controlam o judiciário e o Ministério da Inteligente, liderado por reformistas.
No mês passado, de acordo com a Reuters [23/9/03], um juiz acusou dois agentes da inteligência iraniana de cumplicidade no assassinato, mas o caso foi arquivado por um juiz sênior que exigiu mais investigação. Revisando seu caso, o primeiro juiz derrubou as acusações contra um deles, mas sublinhou a acusação contra o outro.
O Ministério da Inteligência negou que um de seus funcionários está por trás da morte de Zahra e defenderá seu agente.
A organização Repórteres Sem Fronteiras [26/9/03] pediu a transferência do jornalista paquistanês Rehmat Shah Afridi da prisão para um hospital, pois estaria em mal estado de saúde por não receber seu remédio para doença cardíaca.
Ex-editor dos diários Frontier Post e Maidan, Afridi foi condenado a enforcamento por porte e tráfico de drogas. A RSF afirma que as acusações contra ele foram inventadas pela Força Antinarcóticos paquistanesa, patrocinada pelo governo americano, porque seus jornais denunciavam corrupção, tráfico de drogas e comércio ilegal de armas.
Uma apelação que está sendo julgada pode livrá-lo da morte.