NOTAS DE UM LEITOR
Luiz Weis
Mais um site para alargar os horizontes do pessoal de Inter: <www.liberaloasis.com> Leia-se ali, por exemplo, a excelente entrevista com Jason Burke, o repórter sênior do semanário Observer, de Londres, cujo livro Al-Qaeda: casting a shadow of terror ("lançando uma sombra de terror") acaba de chegar às livrarias britânicas e americanas e promete dar o que falar.
A tal da "supermáquina de informação" que o Estado acusou o governo de estar montando deixou na mão os jornalistas que tinham pressa em encontrar nos seus computadores a íntegra do discurso do presidente Lula nas Nações Unidas, em 23/9.
Lula começou a ler a sua fala, que estava pronta desde a véspera,
às 11h34. Terminou às 11h57. Não cortou passagens, nem
improvisou outras. O discurso foi transmitido pela TV por assinatura. A Radiobrás,
portanto, não precisaria ser supermáquina de coisa alguma para
adicionar o texto às "Íntegras" do site da Agência
Brasil enquanto o plenário da ONU ainda aplaudia o presidente brasileiro.
Levou pelo menos uma hora para fazê-lo.
Editor interino da coluna "Mônica Bergamo", da Folha de S.Paulo, Sérgio Dávila levou da editora da revista Caras, Lúcia Barros, uma traulitada de 58 linhas na seção de cartas do jornal, em 26/9, por ter informado na véspera que "um enviado" do casal Marta Suplicy-Luis Favre, "visitou" a revista para cuidar que "fotos e textos saíssem nos conformes na edição que chegou às bancas ontem e traz os dois na capa".
Segundo Lúcia, "uma pessoa da equipe da prefeita" esteve na Caras para ajudar na identificação dos fotografados no casório ? o que "acabou não sendo necessário, porque todas as imagens editadas, de forma absolutamente independente e soberana pela revista, eram de pessoas conhecidas de nossa reportagem".
Sérgio Dávila manteve a sua versão. "A pessoa da equipe da prefeita", escreveu em breve resposta, "participou da escolha das fotos e da aprovação final do referido material".
Mas nem Lúcia nem Sérgio acharam que era o caso de identificar "a pessoa da equipe da prefeita". O leitor tinha o direito de saber, até, eventualmente, para ter uma pista de quem falou a verdade.
Sob o pertinente título "Mal-agradecido", a colunista Dora Kramer observou em 26/9 que o senador Antonio Carlos Magalhães foi injusto com o presidente do Senado, José Sarney, ao dizer que foi um "golpe sujo" a decisão da Mesa de suspender uma sessão plenária para pôr em discussão o projeto da reforma da Previdência.
"Em matéria de manobras da Mesa", comentou Dora, "ACM não tem do que reclamar". E em matéria de amigos, é o caso de acrescentar, o senador Sarney também não. Afinal, como ele disse, já não tem idade para trocar de amigos.