FSP CONTESTADA
“Grampos”, copyright Folha de S. Paulo, 15/05/03
“?No último dia 9, a Folha publicou a reportagem ?Lista pode envolver César Borges em grampo? (Brasil, pág. A10), na qual me associa a suposto novo grampo na Bahia. Para melhor informação, é preciso esclarecer que o juiz Anderson Souza Bastos não mandou grampear nenhuma linha telefônica; não somos amigos (nem sequer conhecidos), muito menos tenho o deputado estadual Marcelo Nilo como ?adversário? e ?inimigo pessoal?. Essas informações relativas ao juiz Souza Bastos são de sua própria declaração e foram publicadas por um jornal de Salvador (?A Tarde?) no dia 7. De acordo com documentação do juiz, essa autorização judicial -que foi solicitada pelo Ministério Público, e não pela Secretaria de Segurança Pública -permitiu somente a identificação de propriedade dos vários números telefônicos usados em ato de corrupção pública sob investigação no município de Santana (BA). Quanto ao deputado estadual que insiste em se dizer ?inimigo? e ?adversário? meu, sua marca pessoal é o uso de agressões maledicentes, o que o faz incompatibilizado com políticos da situação e da oposição baiana. O juiz Souza Bastos chegou a anunciar no jornal ?A Tarde? que o interpelará judicialmente por causa das declarações publicadas. Resta agora à Folha, na tradição de respeito ao leitor e rigor jornalístico que caracterizam esse veículo, conferir a autenticidade da referida lista de grampos ou mesmo verificar no Tribunal de Justiça da Bahia se esse rol de números telefônicos recebido pela Sucursal de Brasília diz respeito, de fato, a telefones grampeados na Bahia.? César Borges, senador PFL-BA (Salvador, BA)
Respostas dos jornalistas Eliane Cantanhêde e Iuri Dantas – O presidente do TJ da Bahia, Carlos Cintra, e o procurador da República no Estado Edson Abdo confirmaram que a lista -apresentada no plenário da Câmara pelo deputado Colbert Martins (PPS-BA)- é autêntica. A Folha procurou o senador César Borges antes da publicação da reportagem e ele não quis falar sobre o assunto.
Verbas culturais
?É compreensível e aceitável que os 49 cineastas signatários do documento manifestem seu desacordo ou declarem não se sentirem representados pela comissão que se reuniu na terça-feira 6/5 com os ministros Luiz Gushiken e Gilberto Gil. Durante a reunião e em todos os documentos apresentados, jamais contestaram as normas e diretrizes da Secretaria de Comunicação da Presidência nos itens que dizem respeito à regionalização da produção, à democratização da aplicação dos recursos e à transparência das operações de patrocínio e investimentos a partir das leis de renúncia fiscal para o setor cultural. O questionamento em torno das normas e diretrizes da Secom estava centrado em apenas dois pontos: 1 – Não cabe à Secom a prerrogativa de formular e editar diretrizes relativas à aplicação de recursos decorrentes das renúncias fiscais para a cultura. 2 – A contrapartida social é o próprio produto artístico cultural, embora não se deixe de considerar a necessidade de ampliar ao máximo a difusão desses produtos, sobretudo possibilitando o consumo desses bens culturais às camadas de baixa renda da população, mas isso não é uma tarefa dos produtores ou dos criadores de obras artísticas. Essa decisão, tomada democraticamente pelo governo, foi, no dia seguinte, respaldada por uma assembléia realizada no Teatro Leblon com mais 350 pessoas da classe artística (teatro, cinema, música, artes plásticas, dança). Democracia é isso, prevalece a vontade da maioria sem que se negue o direito de manifestação da minoria. Luiz Carlos Barreto, produtor cinematográfico (Rio de Janeiro, RJ)
Painel para o leitor
?Gostaria de sugerir uma alteração no critério para a seleção de manifestações publicadas no ?Painel do Leitor?. Atualmente, nós, leitores comuns, disputamos de maneira muito desigual aquele espaço com empresas, políticos e autoridades. Em algumas das edições, a proporção chega a ser de 75% para aquelas publicações e de apenas 25% para nós. E mais: enquanto o nosso limite é de apenas 15 linhas, aqueles não têm limites. Além disso, as manifestações são de interesse muito limitado, e as nossas dizem respeito a assuntos em debate na sociedade.? Walter Giro Giordano (São Paulo, SP)”
EDITORA PLANETA
“Tamanho do setor editorial nacional atrai a gula do grupo Planeta”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 16/05/03
“O grupo editorial Planeta está ampliando sua presença no Brasil com o desembarque no país de sua principal empresa, a Editora Planeta, que chega para disputar um mercado de R$ 2,4 bilhões, segundo números do presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Paulo Rocco. A estratégia da empresa é avançar mansamente no país, com base em autores consagrados e na descoberta de quatro a seis valores que a editora trabalhará no Brasil.
Para este ano, estão previstos 80 lançamentos. Os primeiros já estão nas lojas: Fazes-me Falta, da portuguesa Inês Pedrosa, O Reencontro, do alemão Fred Uhlman, O Doido da Garrafa, coletânea de crônicas da carioca Adriana Falcão, e Memórias Inventadas – A Infância, espécie de diário fantasioso do poeta mato-grossense Manoel de Barros.
A Editora Planeta tem uma estratégia de ganhar espaço no longo prazo, mas foi pontual em sua chegada ao país: aportou a tempo de participar da 9? Bienal Internacional do Livro do Rio, na qual lança 14 títulos. O evento, que foi aberto nesta quinta-feira e segue até dia 25, deve faturar R$ 23 milhões, de acordo com Rocco.
Para iniciar suas atividades, a companhia realizou um investimento inicial US$ 500.000 e contratou dois profissionais talentosos: Ruth Lanna, que veio da editora Companhia das Letras, e Pascoal Soto, saído da editora Salamandra. Lanna e Soto orquestram a produção da editora, que terá foco no público adulto e jovem, e na literatura de ficção e não-ficção.
O Grupo Planeta, líder do setor editorial na Espanha e sétimo no mundo, foi criado em 1949, em Barcelona. Hoje, é uma holding de comunicação que fatura R$ 900 milhões ao ano. Em países latino-americanos de língua espanhola, a Planeta tem de 15% a 20% de participação no mercado de livros.
O grupo é formado por mais de 50 sociedades, entre elas as Edições Ulisses, Planeta-Agostini, Planeta Internacional – que controla as editoras Planeta do Chile, Argentina, Colômbia, Equador e Venezuela -, Destino, Temas de Hoje, Planeta Revistas, Planeta Publicidade e a livraria Casa do Livro.
Clássicos de banca
O grupo também está presente no País com a Planeta/DeAgostini, que lança coleções em bancas de jornal. Nessa linha, o lançamento mais recente é uma coleção de obras em capa dura, que chegou na semana passada ao mercado. Os dois primeiros autores da coleção são José Saramago, com Todos os Nomes e Rubem Fonseca, com Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos.
O caminho que passa pelas bancas de jornal já foi percorrido com êxito pela Nova Cultural, editora originada da Abril Cultural. A empresa se transformou em um caso de sucesso com a coleção Obras Primas, que traz clássicos da literatura universal a preços acessíveis ao grande público e conta com um canal de vendas de grande capilaridade. Durante meses, vendeu livros a R$ 9,90, valor que no começo deste ano foi reajustado para R$ 11,90.
Com modelo similar, a Planeta lançou a coleção Grandes Escritores da Atualidade, que a cada duas semanas desovará, em 11.000 pontos de venda, um livro de capa dura e preço baixo. Na estréia, semana passada, a editora pôs no mercado dois títulos de uma vez, espalhados a R$ 16,90: Todos os Nomes, do Nobel de Literatura José Saramago, e Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos, de Rubem Fonseca.
A coleção terá 41 títulos ao longo de 20 meses, distribuídos por uma rede que chegará a 20.000 pontos de venda. A editora estima que serão vendidos 600.000 exemplares durante os quase dois anos de existência da coleção.”
EDITORA ABRIL
“Abril joga duro para atrair serviços gráficos e de distribuição”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 15/05/03
“Se o bicho continua para lá de feio no mercado de mídia, na área de gráficas de revistas e materiais impressos a situação é até pior, com a ociosidade girando em torno de 50% e 60% da oferta de impressão.
Talvez por isso a Editora Abril jogou duro para atrair os serviços de impressão, e também de distribuição, das revistas da pequena Editora Peixe, que edita entre outras publicações a Gula, Viver Bem e Set.
Na véspera de fechar acordo com a distribuidora Fernando Chinaglia, que divide e monopoliza o mercado de entrega de revistas em bancas com a Dinap, da Abril, o grupo do empresário Roberto Civita levou a Peixes a mudar de parceria.
A Dinap ofereceu um bônus de R$ 1 milhão para ter o contrato de entrega de revistas. Além disso, o editor Ângelo Rossi, dono da Peixes, fechou contrato de impressão de todos seus títulos com a gráfica Abril, com condições excepcionais: um ano de prazo para pagamento e garantia de que, em caso de inadimplência, a Abril pode converter parte do que teria a receber em participação acionária.
Detalhe: o pai de Ângelo, Giordano Rossi, foi um dos fundadores da Abril e dono de uma pequena participação na editora, que passou depois para os filhos, até que Roberto Civita recomprou estas ações. Ângelo Rossi também foi sócio de Civita na Editora Azul, que foi incorporada pela Abril.”