ESTRANGEIROS NA MÍDIA
"Comunicação", copyright Folha de S. Paulo, 24/12/01
"?Com referência ao artigo ?A quem serve o Congresso Nacional??, de autoria do notável jurista e grande brasileiro Fábio Konder Comparato, publicado nesta Folha (?Tendências/Debates?, pág. A3, 22/ 12), no qual consta que toda a oposição teria aprovado a proposta de emenda constitucional que permite o ingresso de capital estrangeiro no setor de comunicação social, tenho o dever de esclarecer que o PDT foi o único partido no Congresso Nacional que se posicionou e votou contra a aprovação da matéria. Nessa postura ficou isolado, mas com os interesses do povo e da cultura do Brasil. Quando da discussão da matéria, como vice-líder, manifestei-me da tribuna contra a sua aprovação, em defesa da identidade do nosso país. Esta posição tem me valido restrições quanto à publicação de meus artigos em alguns órgãos de imprensa, nos quais passei a não merecer a antiga e democrática receptividade. Prefiro ficar com o Brasil e com o professor Fábio Konder Comparato. (José Roberto Batochio, deputado federal pelo PDT-SP, presidente do partido no Estado, São Paulo, SP)"
"Queda do dólar e capital estrangeiro amenizam pressão nas empresas jornalísticas", copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 19/12/01
"Pode ser otimismo demais falar em fim do inferno astral na indústria jornalística, sobretudo após o banho de sangue que custou cerca de 800 vagas aos jornalistas brasileiros, mas há fatores concretos apontando nesta direção.
Diz o diretor de um dos mais importantes jornais brasileiros que os empresários da área jornalística estão rindo à-toa. E explica: os jornais conseguiram enxugar seus quadros, passaram com folga a lei que autoriza os 30% de capital estrangeiro no controle acionário das empresas jornalísticas no primeiro turno de votação na Câmara dos Deputados e o dólar recuou a patamares que ninguém imaginava. Perguntei se isso já poderia ser uma boa notícia para o mercado, diante de uma possível perspectiva de recontratação, e ele me assegurou que de forma alguma isso vai acontecer no curto prazo, pois os principais veículos entram, a partir de agora, numa forte disputa para atrair os melhores parceiros internacionais, razão pela qual precisarão continuar esbeltos para ter chances maiores.
A questão é que em ano de Copa do Mundo e de eleição majoritária ganha a corrida quem investe em equipe. Com redações enxutas e exauridas pela duplicação de trabalho vai ser difícil chegar lá e obter o retorno desejado, seja no campo comercial, seja de prestígio junto à opinião pública. Além disso, considerando que o dólar recuou de forma significativa e que ele impacta cerca de 40% dos custos de produção dos veículos impressos (papel, tinta, royalties, compra de equipamentos, tecnologia etc.) tem-se uma diminuição muito grande na pressão do caixa das empresas. E não é para menos: elas prepararam-se, em termos orçamentários, para um dólar a R$ 3 e o vêem agora a R$ 2,34 (valor do dia 18/12).
Falta apenas uma ponta para desatar de vez o nó econômico em que se enredaram as empresas jornalísticas nesses últimos tempos: crescimento de publicidade. Se isso se der – e não há qualquer sintoma aparente de que o mercado publicitário continuará em retração – a retomada das contratações será questão de semanas.
Para os profissionais, os maiores desafios estarão exatamente em se organizar para que essa reocupação não se dê de forma predatória ou com elevados sacrifícios salariais. Vale o alerta, pois já há veículos buscando ?rebaixar? sua média salarial diante da considerável oferta de mão-de-obra disponível."