Saturday, 28 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Para a cobertura de economia e negócios

FORMAÇÃO NOS EUA

Iluska Coutinho (*)

Capacitar jornalistas para atuar como repórteres e editores especializados nas áreas de Economia e Negócios. Esse é o objetivo fundamental do Knight-Bagehot Fellowship Program, que funciona na Escola de Jornalismo da Columbia University, em Nova York. Um dos traços marcantes do curso é o encontro semanal com personalidades da área, mas as conversas são todas off the record. Já participaram de encontros fontes como Alan Greenspan, Kenneth Galbraith, David Rockefeller e Ted Turner.

Podem se candidatar às bolsas jornalistas com pelos menos quatro anos de experiência em veículos dos Estados Unidos e Canadá. Os jornalistas dos chamados países em desenvolvimento, como o Brasil, contam com uma vaga anual, financiada pelo Banco Mundial.

Fundado em 1975, o curso tem duração de 10 meses e seria uma resposta "ao crescente interesse público por informações da área econômica, com aumento da necessidade de profissionais especialmente treinados para essa cobertura", segundo descreve o material de divulgação. O número de bolsistas não é fixo, já que depende dos recursos disponíveis a cada ano. As bolsas cobrem as despesas com o curso, além de uma taxa de manutenção em Nova York.

O programa é semelhante a um curso de especialização brasileiro, só que exclusivamente voltado para jornalistas que já atuam no mercado profissional. As bolsas oferecidas recebem o nome das duas instituições que fizeram a doação inicial: ?John and James L. Knight Foundation" e "Walter Bagehot", editor do jornal The Economist no século 19.

O currículo do programa de especialização é composto por no mínimo 30 créditos, obtidos em cursos oferecidos na Columbia University. Como a intenção é aprofundar os conhecimentos em negócios, economia e finanças, as disciplinas escolhidas se concentram em geral nas escolas de Direito, Relações Internacionais e Business.

Proximidade com as fontes

Além das atividades de sala de aula, os alunos contam com jantares de trabalho, viagens de pesquisa e/ou investigação. Ainda há seminários que acontecem duas vezes por semana e incluem temas como reforma tributária, política monetária, regulação financeira, lei de falência, só para citar alguns.

Semanalmente os jornalistas que participam do programa têm encontros com possíveis fontes em jantares que movimentam a Escola de Jornalismo da Columbia. Mas a participação é limitada aos bolsistas e convidados de relevância na economia americana, como altos executivos de corporações, economistas e acadêmicos de destaque, fontes do governo e de associações oficiais.

Todos os encontros são off the record, para que os jornalistas possam ter mais intimidade no contato com características, personalidade e opiniões de cada um dos figurões dos campos de negócio e economia. Em função do peso dos convidados, e do caráter intensivo do curso, os bolsistas não podem trabalhar ou escrever artigos nem dar entrevistas a nenhum veículo de comunicação durante o programa.

Depois de participar de todas as atividades e disciplinas os bolsistas recebem um certificado em Jornalismo Econômico e Empresarial. Ao cursar mais duas disciplinas da Escola de Jornalismo da Columbia, o formando também obtém o título de mestre em Jornalismo.

De acordo com informações da Columbia University, 85% dos 190 graduados no programa permanecem trabalhando na área de jornalismo especializado em negócios ou economia. Os egressos ocupariam posições de destaque em jornais e revistas como The Wall Street Journal, Bussiness Week, Forbes. Barron?s, The New York Times, Los Angeles Times e ainda em empresas de radio e TV: CNN, CNBC, National Public Radio.

(*) Jornalista, mestre em Comunicação (UnB), doutoranda da Umesp e professora da Faesa/ES, atualmente é pesquisadora associada da Columbia University, com bolsa sanduíche Capes