FOLHA DE S.PAULO
O Ouvidor da Folha de S.Paulo transformou-se merecidamente em magistrado. A ousadia em insurgir-se abertamente contra o seu jornal durante a campanha eleitoral coloca-o na condição de efetivo Defensor do Leitor. Sem desmerecer o trabalho dos anteriores. Na coluna de domingo (3/11), criticou a ênfase negativista e/ou catastrofista da cobertura do governo FHC com viés evidentemente ideológico. O recado não pode passar em brancas nuvens, porque distorções passadas não devem justificar distorções futuras.
O diretor de redação do jornal vai um pouco mais fundo. Na edição de 10/10 conclui o seu artigo semanal à pág. 2 da seguinte forma:
"(…) A base do PT na classe média é ampla e crescente. Os meios de comunicação refletem, em parte, a inclinação do estrato onde se encontra a sua clientela. O lobby petista é intenso nos meios intelectuais que incluem o ambiente jornalístico. O poder em via de se tornar dominante é o PT. Depois de ser estilingue, está na hora de aprender a ser vidraça."
Para bom entendedor meia palavra basta. Difícil ser mais enfático ou mais explícito porque estaria assinando uma advertência pública à própria equipe. O que não nos impede de refletir sobre a sutil mea culpa e a preocupante promessa.