PORTUGAL
“O projecto: primeira rádio ?on-line? dos Açores commeçou emissões ontem”, copyright Público (www.publico.pt), 19/12/03
“A primeira rádio exclusivamente ?on-line? dos Açores começou ontem as suas emissões com o objectivo de ligar o arquipélago às comunidades emigrantes dos Estados Unidos e Canadá. Segundo contou à Lusa Décio Toste, da viaoceanica.com, a Rádio Maresia vai emitir 24 horas por dia através da Internet, estando prevista uma interacção com seis estações norte- americanas e canadianas. Com dez colaboradores nas áreas da informação e programação, a estação ?on-line? vai disponibilizar conteúdos em português, com destaque para a realidade dos Açores e das comunidades de açorianos a residir no estrangeiro.
Segundo Décio Toste, o projecto, acessível no endereço www.viaoceanica.com, pretende ainda divulgar a música portuguesa e apostar nos novos talentos que surgem nas ilhas.”
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
“Emissões ameaçadas na TV de São Tomé e Príncipe”, copyright Público (www.publico.pt), 19/12/03
“A Televisão de São Tomé e Príncipe enfrenta pesadas dificuldades na obtenção de material para trabalhar que podem ameaçar a continuidade das emissões. O director da TVS, Manuel Barros, não dá garantias quanto à continuação dos programas até ao fim do mês e a escassez de cassetes de vídeo, por exemplo, está a conduzir à delapidação do arquivo daquela televisão porque as cassetes em que se encontra gravado estão a ser reutilizadas para os blocos noticiosos actuais.
Na semana passada, o governo são-tomense discutiu a situação dramática da TV nacional e lançou um concurso público para a aquisição de equipamentos. Manuel Barros explicou à RDP África que faltam aparelhos na central técnica, câmaras de estúdio e cassetes de vídeo. O problema, admitiu o director da TVS, é que a urgência é tal que a estação duvida que a empresa que vier a ganhar o concurso público consiga colocar no país, que atravessa também grandes dificuldades a diversos outros níveis, os equipamentos necessários em tempo útil.
Quanto a obter ajudas de Portugal, as expectativas são poucas. À RDP África Manuel Barros lembrou que foi realizada em Setembro uma reunião entre ministros dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Portugal em que o ministro são-tomense expôs a situação mas, embora tenha obtido promessas de que as autoridades portuguesas iriam intervir com uma ajuda rápida, até hoje nenhum gesto foi tomado.
Também a RTP garantira o envio de uma missão a São Tomé para avaliar as necessidades, mas ainda não concretizou essa iniciativa, deixando a TVS a apostar quase exclusivamente num protocolo assinado com Angola – que prevê um significativo investimento na televisão são-tomense a partir de 2004.
Todavia, independentemente do que vier a desenrolar-se, um património valioso está já a desaparecer do arquipélago devido à situação.
O diário digital de São Tomé Téla Nón (www.cstome.net) denuncia que a estação não tem sequer meios para adquirir novas cassetes, material que o Governo, que controla a TVS, não tem por hábito comprar. E assim os arquivos históricos da década de noventa, período de mudanças económicas e políticas no país, como sublinha o Téla Nón, estão a ser diariamente ?abatidos? devido à utilização das cassetes em que estão registados para gravar os noticiários.
Uma fonte do Sindicato dos Jornalistas de São Tomé confirmou ao Téla Nón que em Julho passado, quando os trabalhadores da TVS ameaçaram paralisar as actividades, uma das reivindicações apresentadas ao executivo de Maria das Neves foi precisamente a adopção de medidas que evitassem a destruição dos arquivos históricos. Ainda no início deste ano, numa visita à estação televisiva, a primeira-ministra tinha ordenado que fosse travado o abate dos arquivos, mas o Governo não forneceu cassetes e a memória histórica do país continua a ser eliminada. ?Se não há cassetes como é que o Governo pede para se suspender o abate dos arquivos? Então temos que pôr fim à produção do Telejornal?, disse à publicação digital um trabalhador da TVS.
Altos funcionários do aparelho de Estado que acompanhavam a visita de Maria das Neves anunciaram a aquisição para breve de uma centena de cassetes. Mas a quantidade prometida é insignificante para evitar a necessidade de apagar arquivos, o que os profissionais da comunicação social consideram ser um crime contra a nação são-tomense.
É com angústia que os trabalhadores da TVS atravessam este Natal, depositando agora as suas esperanças na concretização do concurso público para compra de cassetes e outros equipamentos e nos investimentos angolanos.”
ETIÓPIA
“Documentário retrata fome na Etiópia”, copyright Jornal do Brasil, 20/12/03
“A fome na África já foi noticiada muitas vezes desde que, há quase 20 anos, fotos chocantes de suas vítimas invadiram o mundo. Mas esta é a primeira vez que a fome no continente negro é contada pela perspectiva de um africano, que passou 5 semanas vivendo com os moradores de uma remota vila na Etiópia.
O jornalista Sorious Samura, vencedor dos prêmios Emmy e Bafta – o Oscar britânico -, passou agosto e o início de setembro numa comunidade na zona rural da Etiópia para fazer o documentário Surviving Hunger (Sobrevivendo à Fome). Samura voltou a Londres, onde vive, 18kg mais magro.
Em entrevista ao JB, Samura contou que tomou a decisão de ir para esta vila, que não recebe qualquer ajuda humanitária, porque queria vivenciar a verdadeira realidade da fome, que atinge 40 milhões de pessoas no continente.
Inicialmente, o jornalista serra-leonês enfrentou a rejeição da comunidade, que acreditava que ele era o diabo. Na tradição da Etiópia, a imagem está associada a um homem muito negro, mais do que costuma ser o povo etíope.
Depois de muita insistência, Samura se incorporou ao lugar. Morou com um casal e seus cinco filhos e trabalhou em uma plantação, que pouco produzia pela falta de chuvas. À mesa, só porções de uma mistura preparada com um repolho selvagem local, tão fraco em termos nutricionais que para alimentar um adulto por um dia seria preciso comer o equivalente a um cômodo da casa. O alimento dava sensação de saciedade, mas, segundo Samura, os deixava tontos.
– Creio que as histórias africanas podem ser contadas de outro jeito, não só com imagens chocantes. Quero mostrar o que as pessoas estão fazendo lá para mudar essa realidade. Na vila não há qualquer recurso, mas dois ?heróis? da comunidade ajudam os outros. Foram os únicos que estudaram e agora passam de casa em casa para transmitir o conhecimento que obtiveram – disse.
Mas Samura afirmou que, apesar dessas iniciativas, a África ainda precisa da ajuda dos países desenvolvidos e espera com seus filmes estimular esse debate.
– Se o Ocidente interveio no Iraque e tirou um ditador, pode ajudar outros lugares do mundo a restaurar a democracia, a dignidade e a liberdade – afirmou.
Este é o quarto documentário de Samura. O próximo deverá ser sobre a Aids no continente, a partir da perspectiva dos próprios africanos. Em 2000, quando estava na Libéria recolhendo depoimentos para o filme Cry Freetown, sobre as atrocidades na guerra civil em Serra Leoa, o jornalista e outros três membros da equipe (dois britânicos e um sul-africano) ficaram cinco dias presos.
– Aprendi mais sobre a Libéria nesses dias que nas três semanas que passei no país. Pagamos US$ 150 por dia para que não fôssemos estuprados. E só saímos graças à pressão da mídia internacional.
Perguntado se o fato de existirem dois ingleses na equipe influenciou para que a prisão conquistasse espaço no noticiário mundial, Samura disse que dentro desta rede que a imprensa ocidental estruturou não importam mais as origens nem a cor.
– É como um ditado sul-africano que diz: ?Se você atirar na parte branca da zebra, você mata a preta, se você atirar na parte preta, você mata a branca?, completou.”
SKY MULTADA
“Sky inglesa é multada por reportagem falsa”, copyright O Estado de S. Paulo, 17/12/03
“A imprensa inglesa está repercutindo esta semana a multa que o canal britânico Sky News recebeu pela exibição de uma matéria falsa durante a guerra no Iraque. A punição, de US$ 87 mil, foi determinada pela Independent Television Commission, que regula os meios de comunicação do país. A reportagem, do jornalista James Forlong, mostrava imagens retiradas de um banco de imagens, como se fossem novas, da preparação e o lançamento de um míssil.”