MENOS FUSÕES
O novo presidente da Comissão de Comércio do Senado americano, o democrata Ernest F. Hollings, prepara projeto de lei para frear o ritmo das fusões entre as maiores companhias de entretenimento dos EUA, revela Christopher Stern [The Washington Post, 17/7/01].
O projeto impediria a Federal Communications Comission (FCC) de eliminar os limites de tamanho impostos às corporações de mídia antes de conduzir um estudo completo do mercado. A lei tem em vista as declarações do presidente do FCC, o republicano Michael Powell, que propõe amenizar ou mesmo eliminar o conjunto de regras a que as companhias estão sujeitas por considerá-lo antiquado. As regras atuais impedem que a mesma empresa detenha o controle de redes de TV que, juntas, alcancem mais de 35% de audiência nacional, ou que se controle uma emissora e um jornal na mesma cidade.
Hollings critica a fusão de empresas do setor pois diz temer que isto comprometa a diversidade de informação oferecida ao público, colocando-a nas mãos de poucos. O democrata pode levar seu projeto à votação em breve, enquanto o Senado realiza audiência sobre os limites de emissoras de rádio e TV. Na audiência, serão ouvidos os presidentes da Viacom Inc., Mel Karmazin, e da Post-Newsweek Stations Inc., Alan Frank. Karmazin, que chefia um enorme conglomerado midiático, defende a eliminação do regulamento. Mas o senador Hollings conta com o fato de que não há consenso quanto à proposta. Alan Frank, por exemplo, deverá depor favoravelmente à legislação atual, com o seguinte argumento: "Sem um limite, nós teríamos quatro corporações ditando o que todo mundo vê por todo o país."
PROFISSÃO PERIGO
Trinta e três jornalistas foram mortos neste ano, informa um observatório da mídia, o World Association of Newspapers, sediado em Paris, para quem houve "uma epidemia de assassinatos" na América Latina e na Ásia, com oito jornalistas mortos na Colômbia e cinco nas Filipinas. Para Timothy Balding, diretor-geral do grupo, embora as baixas de guerra tenham declinado nos anos anteriores, houve um crescimento do que parece ser um contra-ataque de grupos separatistas.
Este seria o caso da Colômbia, o lugar mais perigoso para a prática do jornalismo, e das Filipinas, "onde separatistas podem ter sido os responsáveis pelos assassinatos deste ano", disse Balding.
O World Association of Newspapers defende e promove a liberdade de imprensa no mundo, representando 17 mil jornais. A organização registrou 53 mortes no final de 2000. Em 1999, foram 71 jornalistas mortos ? muitos vítimas das guerras na Iugoslávia e em Serra Leoa. As informações são da Associated Press (18/7/01).