Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Pela Primeira Emenda

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MONITOR DA IMPRENSA


GRAMPO NO AR

Por 6 votos a 3, a Suprema Corte americana, apoiada no direito da liberdade de expressão, determinou que um apresentador de uma rádio da Pensilvânia não pode ser processado por transmitir gravação de conversas telefônicas grampeadas ilegalmente, porque a Primeira Emenda se sobrepõe às leis de grampo. O tribunal, segundo reportagem de Anne Gearan [The Associated Press, 21/5/01], guiou-se claramente pelas regras mais amplas de constitucionalidade, apoiando decisão de um tribunal inferior em favor do radialista que pôs no ar a fita de um telefonema grampeado.

A conversa, gravada secretamente em 1993, travou-se entre Gloria Bartnicki, negociadora de um sindicato de professores, e Anthony Kane Jr., presidente do sindicato. Na conversa, Kane reclamava da relutância das escolas em aprovar a proposta de aumento de 3% nas mensalidades.

AÇÃO COLETIVA

Embora a idéia de uma revista online mensal soe estranha nos dias de hoje, a gigante AOL Time Warner resolveu arriscar no lançamento da Netscape Netbusiness, voltada para pequenas empresas. Segundo Kenneth Li [The Standard, 23/5/01], pode ser a chance de a companhia mostrar que suas diferentes propriedades trabalham bem juntas.

A edição de lançamento traz reportagens da Fortune Small Business, revista impressa criada em parceria pela Time Inc. e a American Express Small Business Services. Eventualmente, pretende-se incluir contribuições editoriais de outras publicações da Time Inc., como Fortune e eCompany Now, e acordos com a CNN e CNNfn.com também estão sendo discutidos. "Estamos trabalhando por todos os lados da AOL Time Warner", disse Marcia Parker, diretora de programação da Netbusiness.

O lançamento trará benefícios óbvios, por permitir a união de recursos da empresa, mas enfrentará a competição dos noticiários financeiros atualizados minuto a minuto na web. Um representante da nova revista garante que a criação é apenas o primeiro passo.

IRLANDA DO NORTE

Um antigo jornalista do jornal The Guardian disse, na semana passada, que acredita ter sido usado pelo Exército Britânico como porta-voz na Irlanda do Norte nos anos 60. Segundo Dick Grogan [The Irish Times, 22/5/01], Simon Winchester confirmou o que já havia dito em 1972, como testemunha do "Domingo Sangrento": os soldados abriram fogo contra civis desarmados.

Em 1972, ano do conflito entre protestantes e paramilitares britânicos ocorrido na Irlanda do Norte que resultou na morte de 13 civis, Winchester trabalhava como correspondente do Guardian no país, e foi chamado para depor. Sua fala de agora continua a mesma. Reafirmou ter testemunhado a covardia dos militares, com quem disse ter mantido ótimas relações até aquela data. Depois de suas matérias sobre o ocorrido, tornou-se impopular entre os soldados e foi deixado de lado.

Durante os dois anos e meio que viveu na Irlanda do Norte o jornalista disse ter se tornado amigo íntimo principalmente de Brig Frank Kitson, especialista do exército britânico em lutas contra revolucionários. Relembrando aqueles tempos, Winchester disse que hoje entende por que o exército estava sempre tão pronto para fornecer informações sobre o IRA (Exército Revolucionário Irlandês), mesmo sabendo de seus contatos com os guerrilheiros e de sua militância em organizações legalistas ? logo após qualquer conflito envolvendo mortes, Kitson ligava para o repórter com todas as informações possíveis sobre a vítima. O jornalista era usado como porta-voz dos ingleses.


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