JAPÃO
A União Européia pediu ao governo japonês que reforme o sistema de clubes de imprensa exclusivos (conhecidos como clubes kisha) e que garanta aos correspondentes estrangeiros o mesmo acesso à informação. Um relatório da UE sobre relações comerciais com o Japão afirma que os clubes kisha representam um obstáculo ao fluxo livre de informação, pois permitem que as autoridades pressionem os repórteres a não publicar notícias desfavoráveis e criam distinções entre a imprensa estrangeira e a local.
A UE pede que os jornalistas estrangeiros tenham acesso a coletivas de imprensa, e ameaça recorrer a Organização Mundial do Comércio caso o governo não reforme o sistema de clubes. Um exemplo dos privilégios concedido a estes grupos, cita o Repórteres sem Fronteiras [11/12/02], foi o fato de que os grandes veículos japoneses impediram outros ? europeus, americanos e mesmo japoneses ? de cobrir a visita oficial do primeiro-ministro Junichiro Koizumi à Coréia do Norte, em setembro.
Há oficialmente 800 clubes kisha no país, embora se acredite que o número chegue a 1.500. A maioria está ligada a agências governamentais, corporações, partidos políticos e o Palácio Imperial, e reúne mais 12 mil jornalistas japoneses. O Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão tenta há 50 anos fazer com que estrangeiros possam ser admitidos.