VIOLÊNCIA
"Repórter do DIÁRIO é agredido por cartola", copyright Pernambuco.Com (www.pernambuco.com.br), 11/11/01
"O repórter do DIÁRIO, Humberto Santos, foi agredido pelo conselheiro do Sport, Sílvio Guimarães, ontem na Ilha do Retiro.
Humberto estava saindo das cabines de imprensa e entrou no elevador social da Ilha, dirigindo-se para os vestiários. Sílvio também entrou no elevador e começou a reclamar da cobertura que a imprensa pernambucana vem dando ao clube. Para o dirigente os jornalistas estão publicando matérias que prejudicam a imagem o Sport.
Em seguida o dirigente começou a dizer impropérios ao jornalista, agredindo-o moralmente. Como Humberto Santos preferiu não responder, Sílvio Guimarães tentou agredir fisicamente o repórter, mas acabou sendo contido por outras pessoas no elevador.
?Ele usou palavras de baixo calão. Entendo que as pessoas fiquem de cabeça quente, mas nada justifica a agressividade?, disse Humberto.
O fato é lamentável e condenável. O futebol mexe om emoções, mas é preciso ter o mínimo de sobriedade para comandar uma instituição, quase centenária, como o Sport, com milhares de adeptos em todo o país. O PERNAMBUCO.COM repudia a atitude do dirigente."
LEITURAS DE VEJA
"Lingüista comenta matéria de capa da revista ?Vejá", copyright Jornal da Ciência, 6/11/01
"A carta abaixo foi enviada por Marcos Bagno ?a redação da revista ?Vejá. Bagno é doutor em Língua Portuguesa pela USP, mestre em Lingüística pela UFPE, membro da Associação Brasileira de Lingüística e já? publicou mais de 20 livros sobre língua e educação. A carta será? dividida em quatro partes a serem publicadas nas edições 1909, 1910, 1911 e 1912, do ?JC E-Mail?. Eis a primeira:
Em 1990, o lingüista e educador britânico Michael Stubbs escrevia que ?toda a área da língua na educação está impregnada de superstições, mitos e estereótipos, muitos dos quais tem persistido por séculos e, ?as vezes, com distorções deliberadas dos fatos lingüísticos e pedagógicos por parte da mídiá.
É triste constatar que essas palavras, publicadas há mais de uma década, se aplicam com precisão impressionante ao que ainda ocorre hoje em dia no Brasil. Afinal, de que outro modo qualificar a reportagem de capa do numero 1725 de ?Vejá senão como uma serie de ?distorções deliberadas dos fatos lingüísticos e pedagógicos por parte da mídiá?
O texto assinado pelo Sr. João Gabriel de Lima demonstra o quanto nossos meios de comunicação de massa se encontram, perdoe-me o lugar-comum, na contramão da Historia quando o assunto é língua. Há um absoluto despreparo de jornalistas e comunicadores para tratar do tema (um exemplo gritante disso veio a publico em outra edição recente de Veja, a de numero 1710, com a reportagem ?Todo mundo fala assim?).
Se falo de contramão é porque – passados mais de cem anos de surgimento, crescimento e afirmação da Lingüística moderna como ciência autônoma -, a mídia continua a dar as costas ?a investigação cientifica da linguagem, preferindo consagrar-se ?a divulgação e sustentação das ?superstições, mitos e estereótipos? que circulam na sociedade ocidental há mais de dois mil anos.
Isso é ainda mais surpreendente quando se verifica que, na abordagem de outros campos científicos, os meios de comunicação se mostram muito mais cuidadosos e atenciosos para com os especialistas da área.
Quando o assunto é língua, porem, o espaço maior é invariavelmente ocupado por alguns oportunistas que, apoderando-se inteligentemente dessas ?superstições, mitos e estereótipos?, conseguem transformar esse folclore lingüistico em bens de consumo que lhes rendem muito lucro financeiro, alem de fama e destaque na mídia.
Basta comparar o espaço dedicado, no ultimo numero de Veja, ao Prof. Luiz Antonio Marcuschi (reconhecido quase unanimemente hoje no Brasil como o nome mais importante da ciência lingüística entre nos) e aos atuais pregadores da tradição gramatical que infestam o quotidiano dos brasileiros com suas quinquilharias multimidiáticas sobre o que é ?certó e ?erradó na língua.
Seria espantoso ver uma matéria de ?Vejá em que aparecessem zoólogos falando mal da Biologia, ou engenheiros criticando a Física, ou cirurgiões maldizendo da Medicina. No entanto, ninguém se espanta (e muitos até aplaudem) quando o Sr. João Gabriel de Lima, fazendo eco aos detratores da Lingüística (como o Sr. Pasquale Cipro Neto), fala da existência de ?certa corrente relativistá e escreve absurdos como ?trata-se de um raciocínio torto, baseado num esquerdismo de meia-pataca, que idealiza tudo o que é popular ? inclusive a ignorância, como se ela fosse atributo, e não problema, do ?povó. O que esses acadêmicos preconizam é que os ignorantes continuem a sê-lo.?
Seria muito fácil retrucar que estamos aqui diante de um ?direitismo de meia-patacá que acredita na existência de uma ?ignorância popular?, mas, como cientista, prefiro recorrer a outro tipo de argumento, baseado na reflexão teórica serena e na experiência conjunta de muitas pessoas que há anos se dedicam ao estudo e ao ensino da língua portuguesa no Brasil.
Segundo a reportagem, as criticas que o Sr. Pasquale Cipro Neto recebe dessa ?corrente relativistá deixam-no ?irritadó. Ora, o que parece realmente irritar o Sr. Pasquale é o fato de que, apesar de obter tanto sucesso entre os leigos, nada do que ele diz ou escreve é levado a serio nos centros de pesquisa cientifica sobre a linguagem, sediados nas mais importantes Universidades do Brasil – centros de pesquisa lingüística, diga-se de passagem, reconhecidos internacionalmente como entre alguns dos melhores do mundo (Unicamp, USP, Unesp, UFRGS, UFPE entre outras).
Muito pelo contrario, se o nome do Sr. Pasquale é mencionado nas nossas Universidades, é sempre como exemplo de uma atitude anticientifica dogmática e até obscurantista no que diz respeito ?a língua e seu ensino (em vários de seus artigos em jornais e revistas ele já? chamou os lingüistas de ?idiotas?, ?ociosos?, ?defensores do vale-tudó e ?deslumbrados?).
Se o Sr. Pasquale se irrita com os cientistas da linguagem, é porque sabe que não tem como responder ?as criticas que recebe por parte dos pesquisadores, dos teóricos e dos educadores empenhados num conhecimento maior e melhor da realidade lingüística do nosso pais.
Digo isso com base na experiência de já? ter participado de três debates junto com o Sr. Pasquale e ter conhecido sua estratégia de nunca responder com argumentos consistentes ?as criticas a ele dirigidas, preferindo sempre retrucar com arrogância, prepotência, grosserias e ataques pessoais (chamando os lingüistas de ?ortodoxos? – seja isso lá? o que for – e de ?bichos-grilos?) ou fazendo-se de vitima de alguma perseguição (num desses encontros ele declarou sentir-se como um ?boi de piranha)."
MÍDIA & ELEIÇÕES
"Começa amanhã seminário sobre cobertura das eleições", copyright O Estado de S. Paulo, 11/11/01
"Os limites da imprensa e da Justiça Eleitoral e o papel das pesquisas eleitorais serão alguns dos assuntos do seminário Cobertura Política e Eleições, que o Grupo Editorial da Associação Nacional de Jornais (ANJ) promove amanhã e terça-feira, no Hotel Sofitel, em São Paulo. O encontro vai discutir também questões práticas que afetam as empresas jornalísticias diante de decisões da Justiça durante as eleições.
Estarão presentes proprietários e editores de jornais, advogados de empresas de comunicação, juristas e magistrados da Justiça Eleitoral e representantes de instituos de pesquisa.
No programa, estão previstos quatro grandes temas: Justiça Eleitoral e liberdade de imprensa; pesquisas eleitorais; os tipos de cobertura eleitoral nos jornais do País e do mundo; e os jornais diante da concorrência da mídia eletrônica.
A abertura, às 14 horas de amanhã, será feita pelo presidente da ANJ, Francisco de Mesquita Neto. A seguir, haverá as palestras do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, e do jurista Manuel Alceu Affonso Ferreira. No mesmo dia palestra do professor de Jornalismo José Francisco Sánchez, diretor do Grupo Voz, da Espanha, e debate.
Na terça-feira, novas palestras e debates vão discutir os problemas entre os jornais e as decisões da Justiça Eleitoral, a concorrência da mídia eletrônica e o papel das pesquisas de opinião. No evento, haverá também a videoconferência Os erros dos jornais americanos na última eleição, com a participação de Tom Fiedler, editor-executivo do The Miami Herald.
O seminário tem o patrocínio da Telefônica e o apoio da Agência Estado, da República Primeira Leitura e do Consulado Geral Americano em São Paulo.
Inscrições e informações pelo site da ANJ (www.anj.org.br/eleicoes.htm) ou pelos telefones (0xx11) 3814-9470 e (0xx11) 3812-8213."