VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS
Na manhã do dia 24/7, o jornalista guatemalteco José Ruben Zamora teve sua casa invadida durante três horas por uma mulher e 11 homens armados, dizendo-se investigadores da promotoria pública. Ele, sua mulher, seus três filhos e seus empregados domésticos foram amarrados e agredidos. Depois, foi separado do resto e vendado. Os agressores, que pareciam receber ordens por celular, disseram que iriam matá-lo. Acabaram poupando sua vida, mas o alertaram para que "parasse de incomodar o pessoal lá de cima".
A invasão aconteceu no dia seguinte a que o jornal do qual Zamora é editor, el Periódico, publicou reportagem investigativa de uma série que demonstra que o presidente da Guatemala, Alfonso Portillo, seria uma marionete comandada pelo general Efrain Montt, ex-ditador do país. O governo publicou comunicado condenando o ataque à casa de Zamora e afirmando que ele deve ser obra de pessoas que querem criar "um ambiente de ansiedade" numa época de eleição.
De acordo com informação da Editor & Publisher [21/7/03], el Periódico já foi invadido por fiscais de imposto, que ficaram 50 dias investigando a contabilidade do diário sem encontrar nada irregular. Na ocasião, um funcionário do governo apareceu na TV acusando Zamora de praticar evasão tributária. O caso da perseguição ao editor não é isolado. A chegada da eleição presidencial na Guatemala tem ocasionado diversos incidentes envolvendo a imprensa.
A Federação Internacional de Jornalistas [23/7/03] publicou nota condenando o assassinato do repórter Alikhan Guliyev, no dia 18/7. Ele foi morto a tiros na entrada de seu apartamento em Moscou.
No ano passado, havia dado queixa contra Khamzad Gutseriyev, candidato a presidente da república da Inguchétia, no sul da Rússia, que foi impedido de concorrer por decisão da justiça. Na época, Guliyev trabalhava para a principal rede de TV da região.
O jornalista também era especializado na cobertura do norte do Cáucaso, incluindo a Chechênia. Desde o início de 2002, 12 profissionais de imprensa foram mortos na Rússia.
A condenação a quatro meses de prisão do jornalista tunisiano Abdallah Zouari foi alvo de protesto da organização Repórteres Sem Fronteiras [21/7/03].
Ele teria incorrido em "difamação" ao ser impedido de usar um cibercafé na cidade de Zarzis, da qual não pode sair por determinação judicial.
Zouari já esteve preso por 11 anos por trabalhar para o jornal Al Fajr, veículo não oficial da organização islâmica AnNahda. Em agosto do ano passado, ele foi condenado a oito meses de cadeia por ter se mudado para a capital Tunis, onde vive parte de sua família.