COMPLÔ DO SILÊNCIO
Parabéns pela matéria, sou da Bahia e aqui nós sofremos muito pela má informação. O jornal A Tarde, que resolveu romper com o grupo carlista, é vítima agora de um processo perverso de esvaziamento publicitário. Precisamos realmente de uma imprensa livre. De que adianta um quarto poder, se este também é viciado?
Decente, digno, correto e corajoso seu artigo sobre Memórias das Trevas. É bom saber que mais um grande jornalista tem coragem de dizer a verdade sobre o soba baiano.
Continuem com estas matérias, o povão precisa ter conhecimento delas. O jornal A Tarde precisa publicar tudo isto que estamos lendo na internet.
Adorei o artigo. Sempre quis ler um livro como este que foi lançado sobre o ACM, mas sempre tive dúvidas se realmente toda a verdade estaria sendo escrita sobre ele. E vejo como é difícil encontrar um jornal ou revista, por mais que sejam muito bem escolhidos, que possam ser realmente imparciais nas notícias. Até a Folha, que eu acreditava que fosse um pouco menos influenciável por este tipo de pessoa ou meio de comunicação. Não gosto desta manipulação das informações, fazendo com que pessoas formem opinião. Será que isso realmente é liberdade de imprensa? Acho que é liberdade parcial de imprensa. Enfim, o artigo é ótimo, é uma pena que a maioria dos jornalistas que tenham contato com o público não pense assim.
Sou seu antigo admirador, nunca escondi a enorme admiração que tenho por você e pela luta que desenvolve pela moralização da imprensa brasileira. Não há como duvidar: as grandes publicações brasileiras vivem hoje em dia a soldo dos poderosos, tipo FHC e ACM. Mas não posso concordar com o texto que você acabou de publicar no Observatório. Uma coisa é a omissão da imprensa; outra é a qualidade do livro de João Carlos Teixeira Gomes. Em nome dessa luta contra o servilismo da imprensa não se pode transformar argila em ouro. Li todas as 765 páginas do livro e posso lhe assegurar, e como lamento isso!, o livro que ele escreveu é absolutamente esquizofrênico.
Constantemente, estamos sendo bombardeados, por todo tipo de mídia, a respeito de casos de corrupção envolvendo sistematicamente os três níveis do poder brasileiro. Nós, cidadãos comuns, estamos assistindo a tudo isso de forma angustiante, irritante, revoltante e, por que não, passiva. No Brasil, quem está certo está errado, pois não está seguindo a lógica comum, que é a do esquema. Sem esquema não se consegue nada.
Lendo o resumo do livro Memórias das trevas a gente consegue vislumbrar o que há de mais sórdido nos bastidores do poder brasileiro. Mostra que a elite oligárquica deste país nunca foi brasileira de verdade. Ela sempre esteve submissa ao poder do capital internacional, aos modismos ideológicos e políticos, nunca teve uma personalidade própria capaz de traçar um perfil verdadeiramente brasileiro. Desta maneira, os homens que dominam as questões públicas deste país, em vez de favorecer a nação brasileira, de forma construtiva e definitiva, apenas têm olhado para dentro de si, onde domina a ambição pelo poder econômico e a vaidade.
Com relação à operação montada para abafar o lançamento deste livro, a maneira como a mídia nacional se portou é semelhante aos lançamentos dos livros "O presidente que sabia javanês" e "O castelo de âmbar". O jornalismo televisivo, também, tem se mostrado pífio. Infelizmente, no Brasil, as redes de televisão, com exceção da qualidade do jornalismo da TV Cultura, representam uma das faces do poder.
Segundo um ex-professor de História da Educação, em curso para formação de docentes, a maior revolução brasileira acontecerá no dia em que os professores conseguirem ensinar seus alunos a ler, interpretar a leitura e realizar contas de matemática.
Resolvi escrever para vocês após ter assistido a mais um show do Congresso Nacional, nesta convocação extraordinária vergonhosa, cujos lideres protagonizaram mais um escândalo, referente à concessão de um aumento salarial de 12%. Será que não é mais uma maneira de barganhar alguma coisa com o governo FHC? Enquanto isso, os estudantes dos cursos de pós-graduação (doutorado da UFMG) recebem bolsa, Capes ou CNPq, no valor de R$ 1.071,70, valor não-reajustado há quase sete anos. Tudo bem que é uma opção de vida, mas para o Brasil pesquisa é custo, e não investimento. Aonde o Brasil vai chegar? O que será de nós?
BRAVO!!!!!
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