OBSERVAT?RIO DA PROPAGANDA
CAMPANHAS
Emissoras de TV americanas podem ter embolsado cerca de 1 bilhão de dólares no ano passado enganando políticos-anunciantes, afirma relatório que conclui que as redes estão aumentando o preço dos anúncios políticos, enquanto os custos das campanhas saem de controle. Segundo Katharine Q. Seelye [The New York Times, 6/3/01], as emissoras negaram prontamente. Dizem que os custos aumentaram no ano passado principalmente por causa do aumento substancial de anúncios de terceiros.
O relatório, "Gouging democracy" (democracia fraudada), foi preparado pela Alliance for Better Campaigns, um grupo de Washington sem fins lucrativos que tenta fazer com que emissoras dêem espaço gratuito a candidatos.
O grupo, liderado por Paul Taylor, ex-repórter do Washington Post, é guiado pela premissa de que televisão é obrigada a promover discursos políticos porque o governo deu à indústria cerca de US$ 70 bilhões em transmissões públicas para auxiliar a entrada na era digital.
O relatório também acusa emissoras locais de estimular candidatos a não comprar tempo de transmissão em níveis básicos de índice de audiência, encaminhando-os a horários mais caros. O valor do índice básico é o preço que emissoras cobram de seus anunciantes comerciais mais favorecidos. Dennis Wharton, porta-voz da Associação Nacional de Emissoras, nega. "Discordamos totalmente da reclamação de que as emissoras estão impelindo candidatos a preços mais altos."
A declaração do grupo conclui que no final da campanha eleitoral do ano passado candidatos locais, estaduais e federais pagaram taxas cerca de 65% maiores que o espaço mais barato cobrada pelas emissoras.
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