CASO JESSICA LYNCH
Pode até não haver relação direta com as recentes acusações ao governo americano de agir sistematicamente para controlar a informação durante a invasão do Iraque, mas foi em meio a essas dúvidas, em 16/6, que a porta-voz e relações públicas do Pentágono, Victoria Clarke, abandonou seu cargo ? alegando motivos pessoais.
Victoria teve como ápice de sua carreira no Pentágono o desenvolvimento do programa no qual mais de 500 jornalistas foram incorporados a tropas militares durante a guerra no Iraque [os correspondentes embedded].
Aos 43 anos, secretária de imprensa e relações públicas do Partido Republicano, nunca trabalhara com Donald Rumsfeld quando chegou ao Pentágono, em maio de 2001, como assistente da Secretaria de Assuntos Públicos e da Defesa. Em pouco tempo desenvolveu boa relação de trabalho com Rumsfeld e soube lidar com a mídia.
Victoria, conta Vernon Loeb [The Washington Post, 17/6/03], criou o sistema de jornalistas embedded para mostrar ao público "o fenomenal Exército dos EUA" e para exibir a brutalidade do governo do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein. "Estou muito feliz por ter dado tão certo", disse.
Kenneth H. Bacon, que foi porta-voz do Pentágono durante a maior parte do governo de Bill Clinton, atribuiu a Victoria o crédito de duas importantes contribuições. A primeira foi o programa de jornalistas embedded. "Ela estabeleceu um novo padrão, modernizado, de acesso da imprensa às tropas em operações de combate", disse. A segunda foi sua perspicácia em notar a necessidade de Rumsfeld falar direta e freqüentemente com o povo americano enquanto a nação estivesse em guerra, tanto contra o Afeganistão, quanto contra o Iraque.