MÍDIA & GUERRA
A provável invasão americana do Iraque, mesmo aumentando a audiência dos canais de notícias, representa grande prejuízo para as emissoras. A cobertura é cara e o assunto afugenta anunciantes. "Temos de enfrentar a perda de patrocinadores que não querem aparecer em tempos de guerra, e o fato de que a cobertura toma espaço da publicidade", analisa Eric Ober, presidente da CBS News de 1990 a 1996, portanto supervisor das operações da emissora na Guerra do Golfo, em 1991.
Será difícil para alguns veículos gastar, por vezes, mais de 1 milhão de dólares por dia em tal cobertura. Mesmo assim, os diretores afirmam que os orçamentos estão planejados e tudo providenciado para quando a guerra começar. A CNN, por exemplo, reservou 35 milhões para o conflito.
Como o prejuízo é certo, resta colher outro tipo de fruto com a situação. Como aponta Brian Steinberg, da Dow Jones Newswires [25/1/03], emissoras, programas e apresentadores fizeram seus nomes em épocas de crise. O programa Nightline ganhou notoriedade com o seqüestro de americanos no Irã em 1979, a CNN se destacou na Guerra do Golfo, e Ashleigh Banfield, da MSNBC, impulsionou sua carreira graças à cobertura dos atentados de 11/9/01 e suas conseqüências.