NEW YORK POST
Lachlan Murdoch, filho mais velho do magnata Rupert Murdoch, vai assumir o cargo de publisher do New York Post, substituindo o veterano Ken Chandler, 54 anos. Aos 30 anos, Lachlan ? que também integra o conselho da Fox Entertainment Group ? é considerado o herdeiro do império midiático News Corp..
A indicação foi feita no mesmo dia em que Rupert declarou, numa conferência em Hong Kong, que não favorece parentes em sua empresa. Segundo Frank Ahrens [The Washington Post, 24/5/02], o filho James Murdoch atualmente dirige a Star TV na Ásia, e a filha Elisabeth foi responsável, até dois anos atrás, pela rede de TV BSkyB na Europa. O editor-chefe do New York Post é outra importação australiana: Col Allan já ocupou o cargo no Sydney Daily Telegraph.
Irritado com a censura a sua coluna, o comentarista esportivo Wallace Matthews deixou o Post e divulgou na internet o texto na íntegra, em que condena outro colunista do tablóide, Neil Travis, por questionar a orientação sexual de um atleta.
Segundo Matthews, o editor de esportes pediu que ele retirasse a crítica ao jornal. , e o comentarista acabou concordando em amenizar o tom. Quando a coluna não foi publicada no outro dia, contou, pediu demissão, publicando o texto na internet e acusando o tablóide de jornalismo irresponsável. O editor Col Allan alega que uma versão revisada do texto sairia no dia seguinte, mas depois que Matthews divulgou a coluna com uma abertura chamando o Post de covarde, acabou despedido por insubordinação. Informações de Paul Colford [New York Daily News, 23/5/02].
ISRAEL-PALESTINA
O ataque a Jenin pelo Exército israelense foi coberto pela mídia ocidental de maneiras diferentes, aponta Martin Sieff [United Press International, 22/5/02]: para ele, a imprensa americana teve um desempenho melhor, ao não divulgar de forma sensacionalista a suposta morte de milhares de palestinos, número depois revisado pela Autoridade Nacional Palestina e reduzido para 66.
Segundo Sieff, veículos como o Sunday Times londrino, Il Foglio, de Roma, e o francês Le Monde foram algumas das poucas organizações européias a "não se deixar levar pela histeria". De forma geral, no entanto, o autor acredita que o fato de os americanos terem se saído melhor foi "humilhante para os europeus, que sempre desprezaram na sua cultura midiática o que consideram comercialismo crasso e busca vulgar de lucro das redes concorrentes dos EUA".
O articulista também defende que não foi a decisão inicial de Israel de manter a imprensa longe a responsável pelos tais relatos exagerados: "As matérias mais histéricas e imprecisas e as declarações mais selvagens e incomprovadas não apareceram quando a mídia internacional estava fora de Jenin, mas depois que pôde entrar", afirma.
Nos Estados Unidos, a patrulha de jornais e redes de TV continua intensa, conta Felicity Barringer [New York Times, 23/5]. Jornalões como New York Times, Washington Post e Los Angeles Times foram muito criticados e até boicotados por entidades judaicas, que os acusam de dar atenção desproporcional aos palestinos.
Gary Rosenblatt, editor da Jewish Week, critica a cobertura do NYT, mas se opôs ao boicote em editorial. "Precisamos de mais crítica construtiva, mais informação, mais vozes clamando por uma reportagem justa", escreveu, "não uma convocação para nos preservar de reportagens e opiniões com as quais não queremos lidar."