Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Problemas na rádio da comunidade

THE WASHINGTON POST

A rádio WAMU-FM, estação pública local vinculada à American University (AU), é muito querida pelo público de Washington, onde funciona há quatro décadas. Talvez por isso uma série de matérias sobre a emissora, da repórter do Washington Post Jennifer Frey, tenha causado muita repercussão entre os leitores.

O primeiro artigo, publicado em 20/10, com chamada de capa, tratava das críticas que membros da equipe faziam à sua então diretora executiva, Susan Clampitt. No dia 31/10, saiu matéria informando que Susan havia sido afastada pelo presidente da AU, Benjamin Ladner. Em dezembro, Jennifer escreveu artigo no qual informava que a estação tinha de pagar 16% de seus rendimentos à universidade a título de “custos indiretos”. Naquele texto, a ex-diretora executiva aparecia declarando que “enquanto a universidade continuar tirando dinheiro da WAMU, será difícil alcançar orçamentos equilibrados e manter o tipo de programação que tem agora”. Dez dias depois, Ladner comprou meia página no Post para desmentir a cobrança dos 16%.

Em meio a esses fatos, leitores começaram a escrever a respeito ao ombudsman do diário, Michael Getler. Em coluna de 21/12/03, ele conta que um deles, um professor universitário californiano, ex-vice-presidente da Rádio Pública Nacional, perguntou porque a questão dos 16% foi colocada para os leitores apenas sete semanas após a primeira matéria sobre a WAMU. Editores do Post ouvidos pelo ombudsman explicaram que, pela maneira como os livros contábeis da estação estavam escritos, não ficou claro se o montante pago à AU era maior que o gasto gerado pelo seu funcionamento.

Getler comenta que o Post fez um bom trabalho de reportagem no caso, mas que, evidentemente, teria sido melhor informar sobre os 16% desde o começo. “Não há indicação de que o resultado teria sido distinto, mas nunca se saberá isso ao certo”, conclui.