THE WASHINGTON POST
Há algum tempo o Washington Post tem investido em projetos que visam atrair os leitores mais jovens, como o jornal gratuito Express, distribuído de graça no metrô da capital americana, e a seção dominical "Sunday Source", composta de textos curtos e muitas ilustrações.
Em sua coluna de 2/11/03, o ombudsman Michael Getler responde a pessoas que enviaram mensagens questionando esses passos do jornal. "Leio a seção ["Sunday Source"] todo domingo e há algumas boas idéias ali", nota uma leitora, que prossegue: "Mas que o Post tenha de ter algo desse tipo me deixa chocada. Espanta-me que não se espera que essa geração leia e que ela precise ser servida com fotos coloridas bem grandes e artigos bem curtos". Ela vai além: "Como será quando as pessoas de vinte e poucos anos tiverem trinta ou quarenta? O jornal inteiro será escrito assim? É um pensamento assustador".
Primeiramente, Getler observa que as investidas do Post para atrair jovens de modo algum afetaram a força de sua reportagem, suas análises etc. Cita como exemplo que o diário mantém mais correspondentes no Iraque e no Afeganistão que a maioria dos outros veículos.
A editora da "Sunday Source", Sandy Fernandez, explica que as matérias de sua seção são pequenas porque falam de serviços. "Em alguns casos, uma foto já conta metade da história", aponta. Além disso, não são voltadas só para o público jovem. "Adultos de todas as idades se entretêm, cuidam do jardim e de seus animais e fazem viagens".
O Express, segundo o ombudsman, pode ser visto em grande medida como uma defesa do Post contra seus concorrentes. Em outras cidades americanas têm sido lançados jornais gratuitos feitos com material de agências de notícias. O Post preferiu ele mesmo abrir uma publicação desse tipo a assistir a outra companhia fazê-lo. Sua aposta é de que ele não vai prejudicar as vendas do "irmão mais velho", além de aumentar, de maneira geral, o número de leitores de jornal na cidade.