REVISTAS
Victor Gentilli
A edição de abril de Quatro Rodas tem como matéria de capa um teste comparativo dos sedãs 1.0. No primeiro parágrafo do texto (pág. 70), a revista comenta que um Corsa 1.0 completo custa R$ 27.274 enquanto um Astra GL 1.8 básico custa R$ 27.704. O carro completo tem ar condicionado e uma série de opcionais de luxo, que o carro básico não tem. Mas na frase seguinte, vem a informação de que "esta relação pode mudar", caso vingue a proposta da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de unificar o IPI dos automóveis.
Como se sabe, desde o início da década de 1990 os carros 1.0 pagam IPI de 10% enquanto os demais automóveis têm uma taxa de 25%. A entidade das montadoras, como Cláudia Vassalo explica na mesma edição (pág. 31), pretende unificar o IPI em algo em torno de 15% a 16%.
Nem o texto da página 31 nem aquele da página 71 projetam os novos preços com o IPI unificado. Mas qualquer leitor inteligente e que sabe fazer contas percebe que, caso vingue a proposta das montadoras, os carros populares vão ficar mais caros e os outros um pouco mais baratos.
A revista não diz, mas a abertura da matéria de capa insinua exatamente o oposto. Ao afirmar que "esta relação pode mudar", dá a entender que o Corsa tende a ficar mais barato que o Astra pelo mecanismo fiscal proposto. O leitor desatento se enganará. O resultado será exatamente o oposto.
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