DIRETÓRIO ACADÊMICO
CARTAS
EXAME NACIONAL DE CURSOS
Essa coisa de provão que foi feita para avaliar o desempenho das faculdades em questão não pode ser comparada ao exame da OAB para você advogar, porque é completamente diferente de algumas áreas. No caso da Engenharia Eletrônica, que é a minha área, teria que aplicar uma prova completamente distinta para cada candidato, porque esses engenheiros hoje em dia estão roubando até os empregos dos bacharéis em Direito nos concursos TTN e AFTN. Para isso, deveria ser criado um órgão com o objetivo de estabelecer algumas regras específicas para a categoria, e não deixar na mão de órgão do governo, como acontece hoje. No caso das faculdades de Medicina, os médicos que fazem as maiores cagadas na profissão só recebem uma advertência do CRM, o que é errado, eu concordo. Porém, muitas categorias sofrem com erros desses órgãos.
Mas a OAB é um órgão que deu certo, e eu aposto no seu modelo para os demais órgãos de outras profissões. Eu acho que esse provão do governo ainda está longe de ser o ideal para todas as profissões, mas espero que melhore. Senão, eu continuo com a minha idéia de se criar um órgão à parte para aplicar esse tipo de provão às diversas categorias.
No seu artigo, Luiz Edgar de Andrade faz menção ao provão, integrante de uma política de reforma universitária proposta pelo governo apadrinhado pelo FMI e o Banco Mundial, que contribui para o desmantelamento das universidades brasileiras.
Está certo em estar preocupado com os jornalistas que enchem páginas de letrinhas… falam do anel da embaixatriz dos Estados Unidos em Camarões e cia. Posso garantir: o provão não garantirá o conserto da desqualificação profissional advinda da má formação acadêmica.
Ele só enaltecerá os cursos das grandes universidades (cujos alunos nem sempre são qualificados. Isso me lembra o curso de Medicina da USP. Os caras que mataram o calouro.). Tirar 10 não é ter qualidade. Mas apenas prova que tem memória. O lance é como utilizar esta memória. O autêntico CDF. Em relação ao pessoal que entregou em branco a prova: quem não comparece à prova não recebe o diploma. Isto é um fato que tem que ser levado em consideração. É não ter direito nem de ser apreciado como vinho.
Com certeza: diploma não basta e provão também não. E o pior: nem conselhos federais tipo OAB, e no meu caso, Confef (Educação Física). São altamente corporativos, e não refletem os anseios da categoria.
A questão é investir em educação: fundamental, ensino médio e superior, proposta descartada pelo governo neoliberal.
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Diretório Acadêmico – texto anterior