CUBA
O jornalista Angel Pablo Polanco, da agência independente de notícias Servicio Noticuba, foi preso no dia 30 por autoridades cubanas. Polanco já fora detido para interrogatório cinco vezes em 1999 e preso no ano seguinte pela publicação de matérias sobre o processo judicial contra Oscar Elias Biscet, presidente da Lawton Foundation, ONG de direitos humanos que atua em Havana.
Segundo o grupo Repórteres sem Fronteiras [2/8/02], outros jornalistas atualmente presos no país são Lester Téllez Castro, chefe da Agencia de Prensa Libre Avileña, Carlos Brizuela Yera, do Colegio de Periodístas Independientes de Camaguey (detidos num hospital em 4 de março quando visitavam um colega que fora espancado pela polícia), Carlos Alberto Dominguez e Bernardo Arévalo Padrón, condenado em 1997 a seis anos de prisão por "insultar" o presidente Fidel Castro e o vice-presidente Carlos Lage em entrevista a uma rádio de Miami, quando os chamou de "mentirosos" por não respeitarem compromissos firmados na cúpula Ibero-Americana. Os três primeiros são acusados de "perturbar a ordem pública" e "se recusar a obedecer instruções". Informa o RSF que outros 50 repórteres independentes foram obrigados a se exilar desde 1995.
11 DE SETEMBRO
Poucas empresas arriscarão sua imagem anunciando na TV americana no dia 11/9, quando haverá ampla programação especial em homenagem ao primeiro aniversário dos ataques terroristas que derrubaram o World Trade Center e parte do Pentágono. "Os marqueteiros temem parecer crassos se seus anúncios de refrigerante e computadores saltarem na tela em meio a memórias solenes de um dia que, atualmente, tem significado quase religioso", explica Emily Nelson no Wall Street Journal [30/7/02]. Algumas redes estão tentando vender acordos de patrocínio no qual os anunciantes ganhariam um pequeno crédito por apoiarem a programação.
Embora haja empresas esperando fitas com pré-edições que mostrem como serão as atrações de 11/9 para decidir se anunciam ou não, muitas deixaram claro que consideram a data sinistra demais. Representantes comerciais das emissoras confirmam a dificuldade de vender tempo de propaganda.
Diversas redes de TV já divulgaram a programação. Leslie Moonves, presidente da CBS, admite que há o "perigo" de que o público seja sobrecarregado. "Mas é muito melhor errar pelo excesso de cobertura que não dedicar respeito ao que aconteceu."
Fitas secretas
A prefeitura de Nova York não quer divulgar as fitas em que está gravada a comunicação dos bombeiros no World Trade Center em 11/9. O New York Times entrou com processo pedindo que o material fosse tornado público. Funcionários municipais disseram que um juiz federal proibiu a publicação por sua importância no julgamento de Zacarias Moussaoui, que estaria envolvido nos ataques.
Mesmo se esse mandado caísse, segundo os funcionários, não haveria liberação porque isso desrespeitaria a privacidade dos bombeiros. Segundo a AP [29/7/02], o Times argumenta que a restrição judicial só se refere à acusação e à defesa de Moussaui, e não aos servidores municipais de Nova York. O jornal advoga que as gravações têm enorme valor histórico.
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