THE WASHINGTON POST
Publicada no Washington Post do último dia 23, a matéria de capa "Discórdia racial em cidade de Maryland; diversidade ? e tensão ? em alta no Colégio de Damascus" atraiu críticas de alguns leitores. A história, que conta o incidente provocado por um jovem que desfilou pelas ruas com bandeira dos Confederados ? símbolo do Sul escravocrata na Guerra de Secessão americana ? relembra o espancamento de um calouro negro na mesma cidade interiorana por três estudantes brancos e um asiático. E prossegue: "A briga de janeiro dividiu profundamente a comunidade que já foi rural e predominantemente branca, fazendo com que tensões há muito existentes irrompessem e forçassem a cidade a confrontar a reputação de ser hostil a estrangeiros e minorias".
Na opinião do ombudsman Michael Getler (30/6/02), embora a violência na escola realmente tenha ocorrido, a reportagem não providenciou evidências suficientes para apoiar a implicação maior que a manchete ? impressa com destaque ? sugere. Ele concorda portanto com os leitores, que acham que matéria "pinta a comunidade toda de racista baseada no comportamento de alguns jovens", e que "certamente não merecia a primeira página".
Também muito cobrado pela cobertura do conflito no Oriente Médio, Getler diz que os leitores do jornal são sensíveis à maneira como certas matérias são redigidas ou em que ordem a informação é apresentada. Num texto recente de 28 parágrafos, por exemplo, alguns reclamaram ao ver a resposta do Exército israelense a uma acusação de disparos num hospital de Jenin aparecer apenas no 26?. parágrafo. Também se alegou que a frase "forças de Israel atacaram cidades do Cisjordânia numa operação que terminou em maio, arrasando casas, matando tanto civis como militantes suspeitos" foi mal escrita, dando a entender que civis foram mortos intencionalmente.