FANTÁSTICO
Alberto Dines
Os rappers-empresários MV Bill e César Athayde romperam o acordo com a TV Globo e não autorizaram a divulgação do documentário Falcão, os meninos do tráfico no "Fantástico" de domingo, 3/8.
Os empresários e a Rede Globo trocaram cartas fartamente divulgadas, inclusive no programa onde o documentário seria veiculado. Em todas as manifestações as partes insistiram que o cancelamento deveu-se a razões de foro íntimo respeitadas pela rede de TV. A Polícia Federal chegou a abrir inquérito para averiguar as razões do cancelamento.
Na edição televisiva deste Observatório da Imprensa (terça, 5/8) que tratou do controle do narcotráfico sobre a mídia, a inspetora da polícia Marina Magessi, coordenadora de Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro, garantiu de forma categórica e inequívoca que o cancelamento da exibição não teve razões de foro íntimo nem foi motivada por ameaças de represálias do narcotráfico.
Os empresários, segundo ela, simplesmente estariam negociando a venda do material gravado a uma produtora internacional. A autoridade declarou inclusive ter o nome da produtora com a qual os rappers estavam em contacto.
Convidadas a manifestar-se na edição seguinte, as partes preferiram o silêncio. Mas está evidente que alguém não contou a verdade:
** Ou os produtores enganaram a Rede Globo e a opinião pública de olho na grana preta (ou verde) do mercado internacional;
** Ou a polícia fluminense lançou suspeitas infundadas para mostrar que o narcotráfico está sob controle.
Esta novela precisa continuar.
[Clique abaixo em PRÓXIMO TEXTOpara ler a transcrição de trechos do programa OI na TV de 5/8/03]