Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Reação em cadeia

VEJINHA E AS ESCOLAS

Matéria casada entre as semanais Veja São Paulo e Veja Rio ? filhotes regionais da Veja ? sobre a qualidade das escolas provou uma avalanche de manifestações dos estabelecimentos de ensino e dos pais de alunos. Publicamos abaixo enviadas à caixa postal do Observatório da Imprensa, por ordem de chegada.

 

Em relação à matéria "As 50 melhores escolas da cidade", publicada na última edição da revista Veja São Paulo (3 de outubro de 2001), a direção da escola quer fazer as seguintes considerações:

1. A tentativa de escolher as melhores escolas de São Paulo será sempre, em qualquer circunstância e metodologia, um risco à realidade dos fatos. Todos nós, educadores, sabemos que a melhor escola é aquela que atende às necessidades de cada família, o que, por si só, traz um critério de subjetividade impossível de ser comparado. A própria reportagem admite: "É sabido que não existe o colégio ideal para todos os tipos de aluno. Por isso, escolha uma instituição que pregue valores parecidos com aqueles que você deseja incutir em seus filhos. E não esqueça: é primordial que eles gostem do colégio." (pág. 16)

2. Em matérias desse tipo publicadas anteriormente por outros veículos, o Mater Dei apareceu como sendo umas das melhores escolas de São Paulo. Por uma questão de coerência, a escola jamais utilizou esse fato como instrumento de propaganda, justamente em respeito à diversidade que caracteriza a educação. A afirmação da psicopedagoga Silvia Amaral de Mello Pinto, publicada na reportagem, é ilustrativa: "A boa escola é aquela que se preocupa com a criança em todos os seus aspectos, não perdendo a visão global do aluno, favorecendo seu desenvolvimento integral." (pág. 55)

3. O questionário foi aplicado de forma verbal por uma entrevistadora que visitou a escola no primeiro semestre deste ano. Ela não demonstrou o menor conhecimento sobre o tema e muitas das questões que constam como "critérios" para definir o ranqueamento das escolas sequer foram colocadas. Isso sem falar da inexistência de uma auditoria externa e independente sobre o resultado da pesquisa, o que pode colocar em dúvida o seu resultado.

Em respeito às famílias que nos prestigiam delegando parte da formação de seus filhos e a nós, da mantenedora, que acreditamos na qualidade do trabalho desenvolvido, enviamos uma carta à revista Veja São Paulo, cuja cópia segue anexa. Não nos preocupa o fato de o Mater Dei não estar entre as 50 melhores escolas pelos critérios da revista, mas a própria reportagem, que acaba prestando um desserviço à educação de qualidade. Para nós, o melhor e mais importante instrumento de avaliação é a confiança de nossos pais e alunos.

A Direção. São Paulo, 30 de setembro de 2001.

 

Sylvio Carneiro Gomide (*)

Prezado Diretor. A tentativa de escolher as melhores escolas de São Paulo (3 de outubro de 2001) será sempre, sob qualquer circunstância e metodologia, um risco à realidade dos fatos. Todos nós, educadores, sabemos que a melhor escola é aquela que atende às necessidades de cada família, o que, por si só, traz um critério de subjetividade impossível de ser comparado. A própria reportagem admite: "É sabido que não existe o colégio ideal para todos os tipos de aluno (…) E não esqueça: é primordial que eles gostem do colégio." (pág. 16)

Em matérias semelhantes publicadas anteriormente pela imprensa, o Mater Dei e muitas outras escolas que não aparecem no ranking da Vejinha foram consideradas como as melhores de São Paulo. Por que agora foi diferente? A não ser que atender as exigências da pesquisa não seja um critério válido para todos. Em nosso caso, citamos alguns exemplos: 65% dos professores possuem entre 10 e 25 anos de casa, 72% têm dedicação exclusiva e todos recebem supervisão psicológica e psicopedagógica; 100% dos coordenadores têm entre 10 e 30 anos de escola; ensino de inglês diário ,da Educação Infantil à 4? série do Ensino Fundamental, e, a partir dessa etapa ,até o último ano do Ensino Médio as turmas são divididas em três níveis de aprendizado; curso de espanhol ,a partir da 7? série ,e Filosofia ,desde a 8? série; entre outros.

Finalmente, lamentamos a forma pela qual o questionário foi aplicado em nossa escola: verbalmente, por uma entrevistadora que não demonstrou o menor conhecimento sobre o tema e que sequer perguntou metade das 90 questões. Para nós, a melhor e mais confiável avaliação que uma escola pode ter é a opinião de seus pais e alunos. São Paulo, 1? de outubro de 2001.

(*) Conselho-diretor do Colégio Mater Dei

 

Sylvio Gomide (*)

Uma organização como a Abril, que criou a Fundação Victor Civita e edita a conceituada revista "Nova Escola", não tem o direito de cometer tamanha irresponsabilidade contra centenas de escolas particulares do município de São Paulo ("50 melhores escolas da cidade", 3 de outubro de 2001). Somos contra qualquer tipo de ranking em educação, inclusive aqueles que eventualmente possam citar escolas que pertençam à nossa entidade. Avaliações como essa, principalmente porque não disponibilizaram aos entrevistados a metodologia utilizada nem o resultado total da pesquisa, só trazem prejuízos às escolas privadas de São Paulo que oferecem uma educação de qualidade aos seus alunos. Podemos garantir que são muito mais de 50 num universo de 2000 escolas! São Paulo, 2 de outubro de 2001.

(*) Presidente do Grupo-Associação de Escolas Particulares (São Paulo, SP)


    
    
                     

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