Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Renato Cruz

BBC & RADIOBRÁS

BBC Brasil fecha parceria com a Radiobrás e busca expansão”, copyright O Estado de S. Paulo, 15/6/03

“As notícias produzidas em Londres pela BBC Brasil vão estar disponíveis agora para mais de 600 emissoras de rádio brasileiras, via Radiobrás. A rede britânica fechou uma parceria com a empresa pública brasileira para fornecer, inicialmente, um boletim diário de cinco minutos.

A parceria também prevê intercâmbio de profissionais, com treinamento de pessoal da Radiobrás em Londres.

?O acordo pode ser ampliado?, diz o diretor da BBC Brasil, Américo Martins.

As possibilidades de expansão incluem projetos de TV e internet, além da produção de programas exclusivos pela rede britânica para a Radiobrás.

Segundo Martins, as conversas com a Radiobrás começaram há mais de um ano. O acordo foi assinado na quarta-feira. Além da Radiobrás, a BBC Brasil tem parcerias com rádios como a Eldorado e a CBN e busca acordos com emissoras regionais no País.

O português para o Brasil está entre as seis línguas consideradas prioritárias pela BBC, ao lado de, obviamente, o inglês, o árabe, o espanhol para a América Latina, o russo e o chinês. Uma nova versão do site da BBC Brasil entrará no ar esta semana. ?Vamos valorizar o áudio?, explica Martins. ?O site será mais como um portal.? Também haverá conteúdo em vídeo na internet. Por enquanto, em inglês.

Desde a guerra do Iraque, o site da BBC Brasil é atualizado 24 horas. Antes, isso ocorria a cada oito horas. ?Tivemos três jornalistas brasileiros no Iraque?, diz Martins.

O acordo com a Radiobrás e o novo site são resultado de um trabalho iniciado há dois anos e meio. A equipe da BBC Brasil em Londres tem hoje 40 pessoas.

Antes eram 15. A rede britânica está ampliando de 4 para 12 horas a produção diária de conteúdo radiofônico em português. ?A idéia é diversificar. Além do foco internacional, haverá mais ciência, estilo de vida, esportes, notícias da Grã-Bretanha e análises sobre o Brasil.?”

 

CONSELHO FEDERAL DE JORNALISMO

Vice-presidente diz que é a favor do CFJ”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 13/6/03

“Durante audiência com os diretores da Federação Nacional de Jornalistas e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, na quarta-feira (11/06), o vice-presidente da República, José Alencar, disse que é a favor da criação do Conselho Federal de Jornalismo. Ele garantiu que vai encaminhar e defender a proposta no âmbito do Executivo.

Para saber como está o andamento do anteprojeto de lei, que cria o Conselho, o político ligou para o Ministério do Trabalho, onde foi entregue o documento ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso. Alencar sugeriu à ministra Sandra Starling que o anteprojeto só saia do ministério pronto para ser encaminhado ao Legislativo. Ele também disse à ministra que se houver dúvidas envolvendo o conteúdo do documento a Fenaj pode ajudar.

?A criação do Conselho assegura a representação dos jornalistas, bem como sua responsabilidade ética perante a sociedade?, disse Alencar. Segundo o boletim do SJPSP, o vice-presidente ficou surpreso ao tomar conhecimento da não exigência do diploma para jornalista, por força de ação judicial. Ele disse aos diretores das entidades que acredita que essa medida não vai prosperar.

No dia 10/12/02, a presidente da Fenaj, Beth Costa, entregou a Paulo Jobim Filho, então ministro do Trabalho, o anteprojeto de lei – a Constituição diz que projetos de criação de conselhos profissionais devem partir do Poder Executivo.

O documento traz o Código de Ética. O atual, segundo Beth Costa em entrevista ao Comunique-se no ano passado, não tem função normativa. ?Ele é aceito politicamente. A partir do CFJ o profissional será obrigado a respeitá-lo?. A regulamentação do profissional de assessoria de imprensa está incluída entre as muitas novidades do anteprojeto.”

 

RECORD vs. FSP

Record pede publicação de errata na Folha”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 11/6/03

“A crítica de Xico Sá publicada na Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (11/06), intitulada ?Record abre museus de afetividade de sofá?, deixou a emissora indignada com alguns trechos do texto. O problema, segundo a assessoria de comunicação da Record, não foi a crítica em si, mas informações que estão incorretas, como a de que o segundo programa do especial de 50 anos da TV foi ao ar no sábado passado (07/06), que não é verdade. Isso abriu brecha para a assessoria dizer: ?Estranhamos que o sr. Xico Sá faça uma crítica a um

programa que ele ainda não viu?.

Procurado pelo Comunique-se, Xico disse que a intenção dele ao escrever a crítica não era se referir aos programas especiais, mas às chamadas e imagens, que ele considera muito repetitivas. ?Faço uma crítica ao arquivo da emissora e às imagens e chamadas para os programas especiais de 50 anos?, explica.

A Record aponta também uma contradição no texto. Logo no início, o jornalista diz que o segundo programa foi ao ar no sábado passado e mais adiante diz que será transmitido no próximo sábado (14/06). ?Deve ter ocorrido algum erro porque, como estou viajando, tive que ditar o texto para a equipe do caderno Ilustrada?.

A emissora enviou e-mail à redação da Folha pedindo que seja publicada uma errata no jornal. Leia-o na íntegra:

?A crítica do sr. Xico Sá, publicada na Ilustrada nesta quarta-feira, 11 de junho de 2003, possui um erro que pode comprometer a avaliação do jornalista sobre os programas em comemoração aos 50 anos da Record no

seguinte trecho:

?Lê-se eterno flashback, as imagens dos especiais de comemoração dos 50 anos da TV Record – sábado passado foi o segundo de uma série de programas – …?.

Esclarecemos que no último sábado (7 de junho) não exibimos nenhum especial em comemoração aos 50 anos e mais: o segundo especial a que se refere o crítico ainda não foi ao ar.

Além disso, a Record não distribuiu nenhuma cópia do programa ou de trechos do especial para a crítica.

Deste modo, estranhamos que o sr. Xico Sá faça uma crítica a um programa que ele ainda não viu, já que não estava na platéia e nem nos bastidores da Emissora no dia da gravação.?”

 

BOECHAT ABSOLVIDO

Boechat absolvido na Justiça”, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 13/6/03

“O juiz da 50? Vara Cível da Capital, Marco Antônio Ibrahim, negou nesta terça-feira (10/06), o pedido de indenização por danos morais de Waldemir Paes Garcia, o Maninho. O autor estava processando o Jornal do Brasil por ter sido chamado de ?marginal? e ?bandido? em notas publicadas na coluna do jornalista Ricardo Boechat, no ano passado. Nas notas, o Boechat questiona a presença de Maninho em uma festa de uma empresa telefônica e se refere a ele como ?um dos chefões da máfia do jogo do bicho no Rio?. O juiz também condenou Maninho a pagar todas as custas processuais e honorários dos advogados.

Em sua decisão, o juiz relembrou que Maninho, por várias vezes, teve seu nome ligado a contravenções e que as expressões usadas pelo jornalista são todas vinculadas à fama do autor, adquirida pelos envolvimentos em processos criminais.

?O autor da ação Waldemar Paes Garcia, conhecido como Maninho, é figura notória nos meios jornalísticos e que ficou afamada por seu envolvimento no mais rumoroso processo criminal da história do país e, ainda, por se ver envolvido no caso Grelha no qual foi denunciado como mandante de um crime de homicídio tentado, que tornou a vítima paraplégica?, destacou o juiz.

Segundo o Ibrahim, ?a honra do autor é daquelas que menos danos sofrem com episódios deste tipo, do que a honra de um cidadão comum?. Outro ponto defendido pelo juiz foi o da liberdade de expressão, afirmando que Boechat apenas manifestou o pensamento e a idéia que tem do caráter do autor.

?Há neste caso, um tênue limite entre a liberdade de expressão e o abuso de direito mas, entre garantir a liberdade de um jornalista em manifestar sem peias suas idéias e considerar ofendida a honra de uma pessoa que por seu passado delituoso condenou-se a si próprio ao desprezo da sociedade, considero mais justo assegurar tal liberdade?, justificou.

Maninho, que se declara pecuarista e dirigente empresarial, alega que as ofensas são gratuitas e afirma que a informação não tem qualquer interesse público. Maninho afirma ainda que os adjetivos utilizados atingiram sua honra e lhe causaram ?insofismáveis e contundentes constrangimentos, vexame e desconforto psíquico?.”

 

FSP CONTESTADA

Frase”, copyright Folha de S. Paulo, 13/6/03

“A repetição pode transformar o falso em verdadeiro. Para evitar esse risco, esclareço que jamais disse uma frase que me vem sendo atribuída por alguns jornalistas, segundo os quais, no dia 3/6, antes da reunião com o presidente da República, eu teria dito que iria ?dar um puxão de orelha no presidente?. Essa frase não é de meu feitio, e eu não a disse porque: 1) não falei com jornalistas nem ao entrar nem ao sair da reunião; 2) a frase vai contra meus princípios políticos de incansável combate à indistinção entre o público e o privado na política brasileira. Tomando como acontecimento o não-acontecido, em sua coluna de 9/6, o jornalista Vinicius Torres Freire não só faltou à verdade como ainda se deu o direito de julgar de maneira ofensiva meu caráter e meu comportamento. Lamentável, para dizer o mínimo.? Marilena Chaui (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Vinicius Torres Freire – A crítica a Chaui (?abdica da condição de intelectual? e ?comadre áulica?) continua válida. A filósofa não contesta ter dito coisa como: ?Adorei. Quando o Lula fala, o mundo se abre, se ilumina e se esclarece?. Quem ?adora? é fiel em culto religioso ou ?miss?. Sobre mentir: Chaui falou, sim, com um repórter após a reunião com o presidente. Mas, se Chaui nega a autoria da frase, resta dizer que a citação no meu texto está errada, embora seja estranho que a filósofa tenha reagido a tal erro apenas após ter sido criticada.

Felicidade

?Ao ler o artigo ?Sem medo de ser feliz?, de Otavio Frias Filho (Opinião, pág. A2, 12/6), lembrei-me de uma frase de Claude Julien, diretor do ?Monde Diplomatique? nos anos 70, no livro que escreveu sobre os 200 anos da independência dos Estados Unidos (?Le Rêve et l?Histoire?). Referindo-se ao desempenho de Hamilton, um trabalhador portuário de origem, nos episódios da independência, Julien escreveu: ?Les parvenus sont toujours pleins de zèles? (os que vêm depois são sempre mais zelosos).? José Aníbal, presidente nacional do PSDB (Brasília, DF)

?Lamentável o artigo ?Sem medo de ser feliz?, escrito por Otavio Frias Filho, a respeito do presidente Lula. O colunista tem todo o direito de discordar de todas as políticas e decisões do governo. Entretanto é, no mínimo, inadmissível que um colunista que goza de tamanha credibilidade afirme que o presidente ?não tem condições intelectuais de se contrapor a assessores mentalmente colonizados pelos adversários…?. Quero aqui registrar a minha enorme indignação e repulsa a esse tipo de comentário. Afinal, quem é ele para julgar se alguém tem ou não ?condições intelectuais? para alguma coisa? Por favor, vamos elevar o nível de idéias e argumentos para, pelo menos, atingir o nível mínimo do respeito, da decência e da dignidade!? José Renato Camargo de Carvalho (Campinas, SP)”