VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) emitiu comunicado oficial condenando o seqüestro do jornalista checheno Ali Astamirov, da Agence France-Presse, e pediu que autoridades russas investiguem o caso.
No dia 4/7, Astarimov foi surpreendido por três homens armados, dois
deles mascarados, em Nazran, na Rússia. A IFJ [8/7/03] disse que essa
é uma das regiões mais perigosas do mundo para jornalistas. Desde
1994, 25 profissionais foram mortos e vários foram seqüestrados
enquanto cobriam o conflito na Chechênia. Astamirov recebeu diversas ameaças
anônimas por telefone nos últimos meses.
O governo do Laos acabou libertando o repórter fotográfico belga Thierry Falise, o câmera francês Vincent Renaud e o intérprete dos dois, o americano de origem laosiana Naw Karl Mua, duas semanas após terem sido condenados a 15 anos de prisão sob acusação de porte de arma e explosivo e obstrução ao trabalho da polícia.
Ao chegarem ao aeroporto de Bangkok, na Tailândia, Falise classificou o julgamento de duas horas em que foram condenados como um "arremedo de justiça". Os três faziam reportagem sobre conflitos envolvendo rebeldes da etnia Hmong.
O governo do Laos, no entanto, nega a existência da guerrilha e exige
que jornalistas tenham uma autorização especial para trabalhar
no país, como informa a BBC [9/7/03].
A justiça paquistanesa condenou à prisão perpétua, por blasfêmia, o jornalista Munawar Mohsin. Quando era subeditor do Frontier Post, ele publicou, em janeiro de 2001, carta com observações sobre o profeta Maomé consideradas ofensivas e que geraram protestos em todo o país.
Aftab Ahmad, editor de notícias, e Wajeehul Hassan, chefe de informática do jornal, também eram réus, mas acabaram inocentados. O Frontier Post, que teve sua gráfica incendiada no dia seguinte à publicação da carta, comunicou pedidos de desculpas oficiais na imprensa paquistanesa e saiu de circulação por alguns meses. Como reporta a Federação Internacional de Jornalistas [9/7/03], Mohsin pode recorrer da sentença.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, sigla em inglês), em nota de 8/7, comemorou a decisão do governo chinês de postergar a implantação do artigo 23 em Hong Kong. A lei anti-subversão, considerada uma ameaça às liberdades civis na ex-colônia britânica, foi alvo de grandes protestos por parte da população.
A instituição alerta, no entanto, para o fato de que a questão
ainda não está encerrada. Caso a China insista em implantar o
artigo, a IFJ pretende apoiar sua associada local, a Associação
de Jornalistas de Hong Kong, na luta para que ele seja alterado, fazendo com
que seja claramente considerada uma "ameaça à segurança
nacional" somente a veiculação de informação
que incite à violência ou que claramente esteja associada a ela.
A repórter fotográfica Zahra Kazemi, de nacionalidade canadense e iraniana, morreu em decorrência de agressões praticadas pela polícia do Irã. Ela foi presa em junho por tirar fotos de uma prisão que abriga dissidentes políticos.
Os ataques a repórteres aumentaram desde o início de uma onda de protestos estudantis contra o governo. Segundo a AFP [9/7/03], o Canadá, em carta diplomática, pediu explicações ao Irã sobre o que aconteceu com Zahra.
A Federação Internacional de Jornalistas [11/7] exigiu o fim da violência policial contra jornalistas no país e pediu a libertação de 17 profissionais que atualmente se encontram presos.