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informática & cidadania
"Computadores por um mundo melhor", copyright Valor Econômico, 6/02/01
"O mundo provavelmente não mudou muito depois do Rock in Rio. Mas a iniciativa do festival de trazer para dentro do evento as discussões sobre a realidade social em que vivemos, uma realidade de exclusão social e degradação do meio ambiente, pode fomentar as discussões que este Ano Internacional do Voluntariado deve pautar.
Nos sete dias em que foi realizado o festival, mais de um milhão de pessoas passaram pela Cidade do Rock, como foi batizada a mega estrutura erguida numa área de 250 mil m² no bairro de Jacarepaguá, Rio de janeiro. Misturada entre as várias atrações, uma tenda de lona colorida chamava a atenção, dizia na entrada: ‘Por um Mundo Melhor’.
Este espaço, com capacidade para mais de 400 pessoas, abrigou um fórum de debates sobre temas relevantes para a sociedade elencados pelos próprios jovens em encontros promovidos pelos organizadores alguns meses antes da realização do festival.
O CDI participou ativamente de todas as etapas levando nossa mensagem de que o acesso à tecnologia e a educação para a cidadania também fazem parte de um mundo melhor.
Ao lado de pessoas como Ella Cisneros (Together Foundation), Cleofas Uchoa (Associação Brasileira de Telecomunicações), Tadao Takahashi (Programa Sociedade da Informação – MICT), Mauro Schnaidman (America Online), Marcelo Hallake e Joe Firmage (One Cosmos Network), buscamos inspirar e debater com os participantes sobre a responsabilidade da tecnologia no crescimento das desigualdades em nosso planeta e seu potencial social como ferramenta de transformação social.
Nós do CDI levamos nossa crença na tecnologia como um meio e não um fim em si. Entendemos que o ser humano pode transformar ou não a tecnologia da informação numa arma revolucionária capaz de tornar a sociedade mais igualitária. Basta ter vontade.
Temos uma legião de excluídos tecnológicos se formando no planeta e só com a união de esforços de toda a sociedade poderemos vencer esse apartheid tecnológico.
A máquina deve realizar seu trabalho para nosso progresso e benefício e o analfabetismo digital deve ser combatido. O sucesso da empreitada só virá através de uma política de acesso universal aliada à educação. Devemos tratar de forma emergencial o apartheid digital.
Os jovens também estiveram presentes na mesa de debates para refletirem sobre seu papel na transformação da sociedade. Sob o título de ‘O Jovem Fala’, a segunda parte do debate foi toda conduzida por cinco jovens empreendedores.
Entre eles estava Max Freitas, 17 anos, ex-aluno da Escola de Informática e Cidadania da Vila Olímpica da Mangueira, que por sua dedicação e talento na utilização da informática, acabou se tornando monitor para os novos alunos que, a cada semestre, se inscrevem naquela escola.
Não só isso. Max se interessou pela missão social do CDI, se apresentou como voluntário e começou a trabalhar conosco. Mais uma vez o talento do jovem carioca se mostrou presente. Sua empenho o destacou mais uma vez. Ele acabou selecionado e agraciado com o prêmio ‘Jovens Sonhadores do Milênio – Líderes do Amanhã’, oferecido pela UNESCO, Disney e McDonald’s por ser um exemplo de voluntário.
Max costuma me dizer que o CDI o ajudou a descobrir o que será seu futuro. ‘O CDI não me mostrou um caminho qualquer, mas me mostrou o MEU caminho, e tem me ajudado a conseguir chegar lá. Olho no meu horizonte e vejo a combinação da informática com as questões sociais; a democratização da informática e o CDI’, disse. A história do CDI é um pouco a história do Max.
Outros seis jovens de comunidades cariocas que sediam escolas de informática e cidadania, igualmente atuaram voluntariamente como monitores dos computadores disponíveis na Tenda. Os micros estavam conectados a um site desenvolvido exclusivamente para a tenda ‘Mundo Melhor’ que apresentava diversos links de sites de organizações não-governamentais e instituições filantrópicas.
Os internautas presentes puderam escrever frases que inspirassem as pessoas para um mundo melhor, assinar a ‘Carta da Terra’, iniciativa da ECO 92, registrar o apoio à indicação da Dra. Zilda Arns para o Prêmio Nobel da Paz, ou mesmo se cadastrar para o trabalho voluntário nas diversas instituições participantes.
Segundo a organização do festival que foram realizados cerca de 8,5 mil acessos diários durante o evento.
Não me canso de assinalar que o desafio atual é a democratização da tecnologia. Várias instâncias organizadas da sociedade civil vêm utilizando os meios de comunicação e informação para fortalecimento de suas ações através das ‘cyber-actions’ e da internet como ferramenta de guerrilha informacional.
Levamos a mensagem sobre o potencial que a internet tem de aproximar pessoas com os mesmos interesses e do poder, sem precedentes, que as novas tecnologias oferecem para mobilização social de comunidades de baixa renda.
A indústria do entretenimento demonstra com esta demonstração de força e poder de mobilização de jovens, que tem um potencial enorme a contribuir com as questões sociais. Quem sabe organizadores de outros eventos de grande porte como a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, a Oktoberfest, em Santa Catarina ou até mesmo o Carnaval carioca sintam-se sensibilizados com os resultados obtidos no Rock in Rio e passem a dedicar parte do poder aglutinador que possuem para contribuir com as causas sociais.
As pessoas envolvidas com a mídia e as artes devem atentar que seu papel na estruturação de um novo modelo de sociedade e de uma nova relação entre capital e trabalho, pode ainda estar sendo escrito.
Artistas, jornalistas, publicitários, produtores, todos os envolvidos
na estrutura do showbiz, podem ampliar sua participação por um
mundo melhor. (Rodrigo Baggio é empreendedor social e diretor executivo
do Comitê para Democratização da Informática)"
napster
"Sony bloqueia conta de usuários do Napster", copyright Folha de S. Paulo, 10/02/01
"Em um movimento para parar a ‘imparável’ revolução Napster, a Sony da Inglaterra, por meio de uma nota de infração, conseguiu bloquear as contas de quem utiliza o Napster e é fã da banda galesa Manic Street Preachers.
Esse ato de ‘revanche’ das grandes corporações contra o programa que permite troca de arquivos musicais pelo computador, os MP3, foi causado porque na semana passada alguns sites de fãs do adorado grupo britânico colocaram disponível para down- load algumas canções do novo disco do Manic Street Preachers, que só será lançado em maio.
A Sony tinha preparado as faixas para serem divulgadas em ‘streaming’ (que permite ouvir sem gravar), como parte da estratégia de apresentação do novo disco. Esses sites de fãs, o www.staybeautiful.net principalmente, teriam entrado nos computadores da gravadora, quebrado um código e conseguido as faixas ‘proibidas’, que imediatamente foram parar no Napster.
Só que, desde a última terça, muitos usuários do Napster que possuíssem as músicas da banda em sua pasta de MP3 tiveram sua conta do programa bloqueada.
Ao tentar usar o Napster, o membro da comunidade recebia um aviso que dizia: ‘Sua conta no Napster foi bloqueada devido a um processo movido contra você pela Sony Music, embasada pela Digital Millennium Copyright Act (DMCA)’, uma espécie de Tribunal de Justiça virtual.
A coluna ‘Download’, que circula na Ilustrada às terças, havia recomendado aos fãs a audição do novo disco dos Manics usando o Napster, o que, crê a coluna, não afetará a comercialização do álbum quando for lançado.
Essa medida da Sony contra os fãs de uma banda de seu elenco causa um certo desconforto, mas não surte muito efeito, uma vez que o próprio site www.staybeau tiful.net dá um link para um site que viabiliza programa para a quebra do bloqueio da conta.
O Napster sofre desde que surgiu, em 99, processos judiciais de grandes gravadoras, que se dizem prejudicadas pela distribuição de suas músicas gratuitamente, mesmo com os índices de vendas da indústria de disco contabilizando aumentos desde o período de existência do programa.
Nenhuma medida efetiva e legal de extinção do Napster pode ser tomada porque nunca houve uma conclusão de onde começa o direito autoral das gravadoras e acaba o do internauta possuir uma música em seu computador.
Em tempo: o novo CD dos Manics terá o nome de ‘Know Your Enemy’ (Conheça Seu Inimigo)."
e-Notícias – texto
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