Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Roteiristas mais calmos

MONITOR DA IMPRENSA


GREVES EM HOLLYWOOD
Roteiristas mais calmos

Hollywood se acalmou, na sexta-feira, depois que a Writers Guild of America conseguiu um contrato com as redes de televisão e estúdios cinematográficos que, se aprovado, dará aos 11.500 associados um aumento global de US$ 41 milhões. Negociadores da associação disseram a Steve Gorman [Reuters, 4/5/01] que o acordo foi o melhor para os roteiristas desde 1977, e deixa um modelo para a negociação maior ? entre os estúdios e os sindicatos que representam seus 135 mil atores ? que permanece até meados do ano. O acordo ainda tem que ser aprovado pelas comissões de diretores das uniões das costas Leste e Oeste e ratificado em votação. No entanto, esse primeiro sinal já produziu certo alívio na indústria, que temia a paralisação da produção de TV e filmes, atingindo trabalhadores de 12 setores afiliados.

Os roteiristas terão o direito de visitar os sets de filmagem de produções feitas a partir de seus trabalhos, mas não conseguiram eliminar a chamada "posse dos créditos", que fica geralmente com os diretores. O acordo ainda prevê melhores pagamentos por materiais que entram em mercados secundários, aumento do salário mínimo e 20% a mais no valor dos programas feitos para canais pagos. Além disso, podem receber uma taxa por filmes e programas de TV que ficam disponíveis para download ou streaming na internet.

O acordo saiu dois dias depois de expirar o contrato anterior da WGA.

FILME IRANIANO
Sem censura (ainda)

Festa, o novo filme do diretor iraniano Saman Moghaddam, traz de forma clara uma mensagem política: o governo persegue a mídia, seus funcionários são corruptos, o regime está fazendo a sociedade sofrer. O surpreendente, segundo Azadeh Moaveni [Time Europe, 5/5/01], é que o filme está em cartaz no próprio Irã, mas já se especula que esteja prestes a ser censurado.

Festa reflete a tragédia social em que têm vivido os iranianos nas últimas duas décadas, com a imprensa independente em declínio e a vida política e cultural reprimida pelo rígido sistema judiciário islâmico. A história ? parte romance, parte crítica social ? é sobre o editor de uma revista liberal preso supostamente por causa de um insulto ao Estado.

O climax acontece quando o personagem principal é libertado da prisão. Ao atravessar a rua, uma moto com dois homens o atropela. Exatamente como aconteceu, na vida real, com um assessor do presidente quase assassinado em 2000.

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