DOMINGO ILEGAL
João Thiago Cunha (*)
A safra de malas que veio dos anos 80 para a TV brasileira e ainda não resolveu desaparecer (como fez o Bolinha, que teve dignidade) me incomoda a cada domingo. Faustão, Gugu são apenas os nomes (feios) mais comuns nesta hist&oacoacute;ria de falta de qualidade. Outros são Amaury Jr. e Otávio Mesquita.
Fico pensando para onde foram os Goulart de Andrade da vida… Um jornalismo no mínimo interessante e TV feita de forma instigante eram as características daquele velho profissional que sempre me deixou admirado.
Sinto falta do bom e velho “Vem comigo” e da musiquinha do César Camargo Mariano na abertura. Além da seriedade com que Goulart tratava tudo, desde um grupo de monjas guerreiras japonesas até os mendigos da estação da luz em São Paulo.
Quando vamos ver este tipo de coisa na TV novamente? Informação e entretenimento não pode ser apenas na TV Cultura não… Até o jornalismo está deixando a desejar. Bons profissionais que foram “tocados” pelo caso Gugu estão usando seus programas como palanque para discutir particularidades. A miséria humana invade a TV vespertina com tons de barraco do mais baixo calão, as “Tancinhas” e as “Gertrudes” vão falar de DNA, escova de cabelo, a vida do vizinho ou do artista da novela, sem qualquer acréscimo de cultura àqueles que procuram informação.
Até quando teremos escassez de Goulart e excesso de patifaria?
(*) Estudante de Jornalismo