MÍDIA & GUERRA
“Esta guerra será muito mais rápida e caótica”, opina o veterano correspondente Tom Ricks, do Washington Post, comparando um ataque contra o Iraque às ações no Golfo Pérsico e no Afeganistão. Segundo Joe Strupp [Editor & Publisher, 7/10/02], embora poucos jornais americanos tenham traçado planos para a cobertura da possível invasão, sabe-se que ela vai ser motivo de muita dor de cabeça nas redações. “Se houver guerra contra o Iraque, o acesso provavelmente será limitado. As pessoas vão basicamente passar o tempo sentadas numa sala de conferências”, acredita Michael Gordon, do New York Times.
Uma das principais preocupações é com o uso de armas químicas e biológicas pelas forças de Saddam Hussein. Vários jornais já enviaram correspondentes para o treinamento oferecido pela empresa de segurança inglesa Centurion Risk Assessment Services. Boston Globe, Christian Science Monitor e Chicago Tribune são alguns dos que pagaram por aulas de proteção contra bioterrorismo.
Outra grande preocupação é a política restritiva do Pentágono, que pode até usar o bioterrorismo como desculpa para manter jornalistas longe do campo de batalha. Frustrados com a falta de cooperação do governo, um grupo de repórteres decidiu criar a Military Reporters and Editors (MRE), associação que luta contra a limitação do acesso à informação e pelo direito de cobrir de perto as zonas de conflito.
“Como todas as boas idéias, esta surgiu num bar”, explica James G. Wright, presidente da MRE e editor do Seattle Post-Intelligencer. “Houve muita discussão sobre os problemas que tivemos com acesso, que resultou na criação de uma associação para ajudar.”