JORNAIS DE SEATTLE
Um tribunal superior americano decidiu que o acordo pelo qual o Seattle Times cuida da administração de seu concorrente, o Seattle Post-Intelligencer, não poderá ser desfeito.
Os dois jornais são os principais de Seattle. Desde 1983, o Times administra os anúncios, a impressão e a distribuição do Post-Intelligencer, de propriedade da Hearst Corp. O Times tentou usar as perdas do Post-Intelligencer em 2000 como justificativa para acabar com a união, mas o juiz Greg Canova considerou que isso não poderia ser feito porque o mau desempenho do diário naquele ano se deveu a uma greve de funcionários que durou 49 dias.
Se os dois jornais deixassem de operar em conjunto, o Post-Intelligencer possivelmente deixaria de existir. Esse tipo de associação, chamada de Joint Operating Agreement (JOA), que normalmente iria contra leis antitruste, foi criada pelo Senado americano para que os maiores mercados tivessem pelo menos dois jornais. Desde 1970, foram feitos mais de 25 JOAs, segundo informação do Los Angeles Times [26/9/03].
O Post-Intelligencer e um grupo chamado Comitê por uma Cidade com Dois Jornais comemoraram a decisão judicial, mas representantes do Seattle Times manifestaram insatisfação, afirmando que o objetivo da Hearst é comprar o jornal, passando a controlar ambos. Assim como a existência de apenas um diário em Seattle não seria positiva do ponto de vista da diversidade, a possível compra do Times por essa companhia também é algo criticado, pois ele é um dos últimos jornais independentes dos EUA. A família Blethen o controla desde sua criação, há 107 anos.