THE WASHINGTON POST
A intensa cobertura do conflito dos EUA no Afeganistão não deixou espaço na primeira página dos jornais americanos a outros assuntos relevantes, o que, na opinião do ombudsman Michael Getler [The Washington Post, 11/11/01], é compreensível. Mas os leitores não deixam de cobrar outras notícias importantes ao público, especialmente em tempos de ajustes da sociedade a uma grande dose diária de cobertura de guerra e casos de antraz.
Há alguns dias, por exemplo, o Washington Post publicou a notícia de que a criminalidade e a violência na capital americana aumentaram dramaticamente após 11 de setembro. A reportagem foi exibida modestamente na primeira página do caderno de assuntos metropolitanos. Alguns leitores acharam que o assunto merecia destaque na capa do jornal ? "e eu concordo", disse o ombudsman.
Outros leitores reclamaram que o Post não está oferecendo cobertura suficiente sobre dissidências da política de guerra no Afeganistão. Neste caso, munido de pesquisas que provam o contrário, Getler discorda. "Em pesquisa recente, apenas 3% dos entrevistados se disseram ?fortemente avessos? à ação militar dos EUA e outros 6% afirmaram estar ?de certa forma contra?."
Houve, ainda, quem reclamasse ao ombudsman do Post que a edição local não mencionou o discurso de Bill Clinton aos milhares de estudantes e especialistas da Universidade de Georgetown. O Washington Times colocou o assunto na capa, o Post deveria ter dado. Por fim, alguns leitores disseram que o Post deveria ter dado mais destaque ao discurso de Osama bin Laden transmitido pela emissora árabe al-Jazira. Mais uma vez, Getler fica do lado dos leitorado.