MULHERES
“Mulheres na primeira página”, copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 21/5/02
“Amarilys se dedicou, nos últimos dias, a acompanhar as mulheres na Primeira Página. No Jornal do Brasil de 15 de maio, mulher foi matéria de capa. Uma universitária de 22 anos, moradora de Copacabana, foi presa com um carro roubado. A reportagem informa que a jovem de classe média roubou o carro de uma vizinha e pretendia vendê-lo, junto com dois cúmplices, por mil reais.
O Jornal de Brasília, do dia 17 de maio, noticiou a condenação da Viúva Negra, uma mulher de 39 anos, acusada de matar o ex-companheiro, respondendo a processo por matar o anterior e sob suspeita de ter assassinado um ex-sogro. A matéria informa que a promotora Maria José Miranda considerou ?o depoimento do filho adotivo de Sandra, Lincoln da Silva Mazoni, fundamental para convencer os jurados da culpabilidade dela no crime. Ele contou que, ainda adolescente comprava o veneno para matar rato, Racumin, que Sandra colocava na comida do pai e que acabou por matar Rogério Mazoni.?
O Dia de 18 de maio traz a notícia do assassinato de Viviane de Barros Ananias, de 26 anos, grávida de um namorado que a teria matado para não assumir a paternidade do filho. Os dois namoravam, ele a trocou por outra, ficou noivo e no dia da morte, a noiva o acompanhava, apesar de alegar não ter assistido ao crime, nem escutado os tiros.
O que as três notícias têm em comum, além das personagens femininas? O apelo ao crime como soluç&atildatilde;o de problemas. Uma mulher jovem quer dinheiro, rouba um carro em companhia de dois homens. Outra para se livrar de um homem violento o mata. A terceira tenta garantir a paternidade do filho e é eliminada pelo ex, em companhia da mulher que a substituiu.
Amarilys é uma mulher que acredita que amar é muito bom e fica curiosa com as lacunas nas matérias de primeira página. A mulher de Brasília é condenada pelo testemunho do filho adotivo que relata o procedimento dela em outra ocasião. Por que alguém se acostuma a eliminar pessoas com quem se envolveu um dia?
A última pergunta vale também para a morte de Viviane. Amar uma mulher três anos e matá-la para não assumir um filho é levar longe demais a violência como solução de problemas amorosos. O roubo do carro ? que também deu manchete ? não envolve a morte, mas detona a vida. Mudar da Zona Sul do Rio de Janeiro e das salas de uma universidade para cadeia por causa de mil reais é uma escolha terrível. Por que a estudante fez esse caminho?
Jornalistas contam histórias. Personagens, ações, cenários, tempo, motivações, procedimentos. Cabe aos leitores processarem as notícias desse teatro real e avaliar se representam episódios isolados. Quando uma paixão se transforma em desvario é porque um, dois, três indivíduos perderam o rumo. Quando a transgressão e a violência se tornam solução corriqueira não dá mais para descartar o noticiário como um problema de meia dúzia de desajustados.
No Educandário Santos Dumont, órgão do governo do Estado do Rio de Janeiro, 34 meninas, de 12 a 18 anos, cumprem, confinadas, medida sócio-educativa por trangressão à Lei. Inclusive por tráfico de drogas e homicídio. A maioria, Amarilys soube, está ali por dificuldades amorosas. Com homens ou famílias. É um número pequeno. Menos complicado, portanto, intervir, enquanto é tempo, para evitar que a transgressão se torne hábito.
Talvez seja o caso de não apenas ler os jornais, mas atuar também a partir deles. O comportamento feminino é um bom indicador do grau de civilização ou selvageria de uma comunidade. O tratamento às mulheres, também.
AJR
Site da AJR volta com a corda toda, copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br),21/5/02
“Depois de um longo tempo fora do ar para reforma, o site da revista American Journalism Review (AJR) volta com a corda toda. A publicação ficou funcionando sem a versão online durante cerca de seis meses. Para quem não sabe do que se trata, a AJR é uma revista norte-americana que procura cobrir diversos aspectos das mídias impressa, televisiva, radiofônica e online.
Publicada 10 vezes ao ano, a AJR é uma boa tanto para se conhecer melhor a mídia norte-americana quanto para estudantes interessados no mercado online, pois a revista examina como a mídia cobre determinadas matérias, pondo sempre na mesa assuntos como dilemas éticos e o impacto da tecnologia no mercado jornalístico.
A versão online, que ganhou novos atrativos, está longe de ser um simples espelho da edição impressa. O website possui conteúdo próprio e diferenciado, como a lista de links jornalísticos (que está bem maior e é também um conteúdo indispensável para quem estuda o mercado jornalístico), informações sobre a versão em papel e o arquivo de artigos anteriores. Nesse arquivo o leitor encontra matérias de quase 10 anos atrás.
Quanto à arquitetura da informação, podemos dizer que melhorou um bocado. Mas talvez a melhor novidade da página seja a possibilidade de se ler por inteiro o conteúdo da revista impressa ? o que o site antigo não permitia.
O site voltou com uma gama de colunistas e colaboradores de peso. Nomes como Carl M. Cannon, que cobre a Casa Branca para o National Journal, Barb Palser, colunista do Poynter Institute, Peter Baker, correspondente do Washington Post em Moscou, e Nina J. Easton, redatora do Los Angeles Times Sunday, fazem parte do time editorial ou colaboram esporadicamente.
O que vem por aí…
Em breve a AJR colocará no ar a Employment Section, onde empresas poderão anunciar oportunidades de trabalho e profissionais terão espaço para postar/enviar seus currículos gratuitamente, sendo notificados via e-mail se forem contratados. Ideal para quem quer tentar a sorte em outro país…”
CRIME
“Fotógrafo é assassinado em Rondônia”, copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 21/5/02. Fonte: Diário da Amazônia
“Após passar dez dias internado no hospital João Paulo II, em Porto Velho, Rondônia, o fotógrafo carioca Antônio Marcelino Rodrigues não resistiu aos graves ferimentos causados por assaltantes que tentaram levar seu equipamento durante uma seção de fotos em frente à Igreja de São Tiago. Ele morreu na última sexta-feira (17/5).
Rodrigues foi atacado por dois adolescentes e quatro adultos. Como reagiu ao assalto, foi espancado barbaramente e teve lesões que afetaram órgãos internos.
Os adolescentes foram indentificados e presos. Confessaram o crime aos investigadores da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI). Eles disseram que ficaram revoltados com a reação do fotógrafo, que não queria entregar seu equipamento de trabalho. Os quatro homens estão foragidos.”
COPA DO MUNDO
“Abaixe o volume do Galvão; a Copa está quente no rádio”, copyright Folha de S.Paulo, 22/5/02
“?Veja a Copa na TV Globo e ouça pela Jovem Pan.? Até aí, nenhuma novidade. Essa é uma jogada antiga do rádio e uma excelente opção para quem não suporta o Galvão Bueno.
Mas, neste ano, o slogan virou motivo de uma ?guerra? pesada nos bastidores. O problema é que a Pan -tradicional no futebol- não está entre as 12 emissoras de rádio que compraram os direitos das transmissões dos jogos do Mundial. Em São Paulo, apenas Bandeirantes, Globo e Transamérica assinaram o acordo e estão autorizadas a transmitir a Copa.
Qual é o lance da Pan, então? A emissora economizou com os direitos e usou a grana -praticamente a mesma quantia- contratando comentaristas de primeiro time. Entre os nomes, Romário, Parreira, Luxemburgo, Zagallo e Leão. Coordenados pelo jornalista Milton Neves, eles irão comentar os lances durante os jogos. No ar, Neves tem dito que será algo parecido com as transmissões de jogos do dial da Europa, mais lenta, sem todas as jogadas.
Mas isso é ou não é transmissão? É permitido ou não? Na dúvida, a Band, que gastou com os direitos e não teve tanta verba para contratar estrelas (Dunga é o mais famoso), já reagiu. Colocou no ar um comunicado que diz: ?Atenção. Aviso ao público: faça como as rádios que não compraram e não pagaram os direitos de transmissão da Copa do Mundo. Ouça os jogos pela Bandeirantes?.
O departamento jurídico da emissora está em estado de alerta. Pronto para entrar com um processo depois do primeiro jogo. ?Isso parece um jeito de mascarar a transmissão. O contrato limita à cobertura jornalística. A Pan sempre teve marketing de guerrilha, mas isso está mais para marketing de pirataria?, diz Marcelo Mainardi, diretor comercial da Band.
Marcos Rosendo, coordenador de esportes da Jovem Pan, diz que a rádio não fará transmissão dos jogos. ?Não vamos comentar lance a lance, só os mais importantes, além de informarmos o placar.?
A Globo também já arma seu ataque. ?Fazer comentários é considerado cobertura jornalística e, quanto a isso, nada podemos fazer. Mas fazê-los durante os jogos pode caracterizar uma forma dissimulada de transmissão. Se for assim, tentaremos coibir?, afirmou a Central Globo de Comunicação. E isso porque o jogo ainda nem começou…
Associação das Emissoras de Rádio e TV de SP convidará os pré-candidatos ao governo do Estado para almoço com empresários do setor. Paulo Maluf -que adora falar no rádio em ano eleitoral- foi o primeiro, ontem.”