DOSSIÊ PERFÍDIA
A.D.
Excepcionalmente, vamos mencionar um nome: Augusto Nunes. Nem contra, nem a favor, apenas como referência essencial. Em dezembro de 1998, quando o atual diretor da revista Época fazia parte da equipe do Observatório televisivo, o editor-responsável do programa recebeu um telefonema de um alto funcionário da TVE do Rio Grande do Sul. Disse: o programa não mais seria exibido porque o jornalista Nunes era persona non grata no estado. A tentativa de interferência – ou censura? – foi prontamente repelida.
Em janeiro de 1999, quando o jornalista Augusto Nunes deixou o Observatório da TV para comandar o N de Notícia, na Globonews, a TVE gaúcha voltou à carga oferecendo, inclusive, a possibilidade da retransmissão ao vivo (o programa antes era exibido com atraso) e a participação de um observador em seu estúdio, como acontece em Brasília, Minas, Fortaleza e o Recife. Mas, para isso, uma exigência – ou censura? – a TVE-RS indicaria o nome. Exigência repelida. Nova proposta: a TVE-RS ofereceria uma lista de nomes e nós faríamos a escolha final. Aceitamos, considerando que haveria opções. Depois da segunda experiência – desastrosa, sob todos os pontos de vista – desistimos da "parceria". O alto funcionário da TVE-RS imediatamente cancelou a retransmissão ao vivo e passou a usar o estúdio para um programa seu. Fácil descobrir o protagonista, basta ver quem às terças-feiras, 22h30, apresenta, de Porto Alegre, um programa na TVE do Rio Grande do Sul.
O fato foi comunicado à anterior direção da TVE no Rio. Foi também comunicado ao jornalista Marcelo Rech, diretor de Redação da Zero Hora. Como o governador Olívio Dutra, do PT, acabara de ser empossado, ninguém arriscou-se a criar um caso político denunciando o – cancelamento, suspensão ou censura? – do Observatório da Imprensa na TVE do Rio Grande do Sul. Que persiste até hoje.
Sirvam-se.
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