Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tablóide diz quem teria "planejado acidente"

PRINCESA DIANA

O tablóide britânico Daily Mirror surpreendeu a todos ao dizer, no dia 6/1/04, o nome do importante integrante da família real britânica de quem a princesa Diana desconfiou que estivesse planejando sua morte num acidente de carro. Em estrondosa capa no dia em que a Grã-Bretanha abria inquérito judicial acerca da morde de Diana, o tablóide revelou que ela se referia ao príncipe Charles em carta dada a seu mordomo e confidente, Paul Burrell, meses antes de morrer.

O Mirror arriscou-se muito em termos legais, de acordo com Kate Kelland [Reuters, 6/1/04], a quem o Palácio de Buckingham deverá responder com ação na Justiça. O resto da mídia britânica omitiu o nome, inclusive a própria repórter da Reuters, afirmando ter sido aconselhada por advogados a não citar o nome. O Guardian, porém, revelou que o nome citado pelo tablóide fora o do príncipe Charles.

O Mirror publicou cópia da carta de Diana, escrita 10 meses antes de sua morte. "Esta fase de minha vida é particularmente a mais perigosa", disse a princesa. "(…) está planejando ?um acidente? em meu carro, falha de freio e sérios ferimentos na cabeça".

Diana morreu aos 36 anos ao lado de Dodi al-Fayed e o chofer Henri Paul, num túnel de Paris.

Saída estratégica para Burrell

No dia 6/1, Burrell disse que não estava envolvido na revelação do nome do príncipe Charles. Ele afirmou que não "apoiou ou endossou" a atitude do Mirror. Ali Gunn, agente do ex-mordomo, emitiu comunicado em que dizia: "Como o editor do Daily Mirror confirmará, Burrell nunca quis que quaisquer novas informações fossem publicadas após a organização de seu livro. (?) Burrell também gostaria de deixar claro que as citações a ele atribuídas no jornal de hoje [6/1] foram feitas em relação à abertura do inquérito, e não à publicação de novo material."

Em entrevista à Sky News, Burrell afirmou não estar feliz com a situação. "Só soube disso ontem [5/1] à noite e nunca pretendi publicar o nome", disse.

De acordo com Ciar Byrne [The Guardian, 6/1], o editor do Daily Mirror, Piers Morgan, defendeu sua posição de publicar o nome do príncipe Charles. Morgan disse que a carta não seria censurada e, portanto, a informação iria a domínio público no inquérito. "A essa altura, acho que qualquer jornal que soubesse desse tipo de informação teria o dever de publicá-la", afirmou.