ASSOCIATED PRESS
A Associated Press, após período de pesquisa, confirmou que não conseguiu comprovar a existência de mais de 45 pessoas citadas em matérias do repórter Christopher Newton, demitido em setembro pela agência americana. Ele cobria o Departamento de Justiça dos EUA na época da demissão. O provável hábito de inventar personagens foi descoberto quando o criminologista da Universidade de Missouri, Richard Rosenfeld, ligou para o repórter do New York Times, Fox Butterfield, afirmando que não conhecia um tal Bruce Fenmore que aparecia como especialista dando declarações sobre estatísticas de criminalidade em matéria de Newton. Butterfield não conseguiu localizar aquele entrevistado nem um outro, um certo Ralph Myers, e ligou para o então repórter da AP perguntando a respeito. Ele teria respondido que conseguira o número de Fenmore num arquivo telefônico deixado por um colega que ocupava seu posto. Mais tarde, em outra ocasião, disse que as duas fontes ligaram para ele oferecendo-se para aparecer na matéria.
Newton agora afirma que a agência o injustiçou. "A investigação da AP começou depois de um incidente em que há substanciais evidências de que dois indivíduos perpetraram um trote. A companhia resolveu revelar publicamente somente informações que sustentassem suas acusações. Não vou insistir no assunto com a AP, mas com um advogado", disse a Felicity Barringer, do New York Times [22/10/02]. Ele garante que encontrou algumas das pessoas que a AP não acredita existirem, mas não quis detalhar quem seriam.
Newton foi contratado pela AP logo após terminar o curso de jornalismo na Universidade Cristã do Texas, em 1996. Fora editor do jornal dos estudantes, The Daily Skiff. Tommy Thomason, que lecionou para o jornalista em duas disciplinas, disse que ele e seus colegas professores estão surpresos com a denúncia envolvendo o ex-aluno. "Era um bom redator e excelente repórter. Algumas pessoas têm um senso natural para a profissão e Chris tinha isso".