THE WASHINGTON POST
Como acontece com freqüência, a coluna de 9/6 de Michael Getler, ombudsman do Washington Post, se dedica ao conflito entre Israel e Palestina. Ele afirma que alguns apoiadores de Israel acusam o jornal de fazer cobertura tendenciosa, mas que alguns palestinos reclamam da mesma coisa.
Recentemente, diversos leitores contataram o ouvidor para dizer que suspenderiam a assinatura do Post por uma semana como forma de protestar contra sua tendenciosidade. Embora todos tenham se identificado, estavam agindo por influência de uma campanha de sítio de internet cujos organizadores não se identificam. Segundo essa página, o Post estaria: 1) fazendo "reportagens favoráveis aos terroristas"; 2) "sendo parcial contra fatos objetivos com títulos e subtítulos enganadores, matérias que omitem detalhes-chave presentes no material original (da AP) e imagens que enganam leitores"; e 3) "apresentando ambos os lados como se fossem igualmente válidos e críveis".
Um problema apontado por organização palestina de monitoramento da mídia é que o Post chama as ações palestinas de "ataques" e as israelenses de "retaliação" ou "resposta", o que coloca os muçulmanos sempre no papel de agentes da violência, enquanto os judeus nunca são representados como provocadores. Aí entra a questão fundamental para Getler, que alguns leitores querem sempre lembrar e outros fazem questão de não enxergar: os palestinos vivem há décadas sob ocupação dos israelenses. Isto complica a compreensão do ciclo de ação e reação na medida em que também os israelenses podem ser agressores.
Citando outros aspectos para os quais leitores chamaram atenção, Getler mais uma vez conclui que, na sua opinião, uma pessoa sem preconceitos é muito bem informada pela cobertura do conflito feita pelo Post. No entanto, destaca que, "seja qual for a origem da crítica, ela é passada adiante, às vezes publicamente, na coluna de domingo, às vezes em comunicados internos para a equipe e sempre para os editores responsáveis por Oriente Médio".