DOSSIÊ PERFÍDIA
A.D.
No depoimento de Joca a este Observatório, o experimentado jornalista refere-se ao "efeito-dominó" – eco sem apuração, mera repetição para engrossar qualquer afirmação, em geral com intenção detratora (clique aqui para ler o texto). É a bola de neve que se avoluma pela força da gravidade ou da inércia.
A suíte no jornalismo brasileiro raramente acrescenta algo à
matéria original. Em geral é ainda mais precária. Assim
como a equipe do Globo não deu-se ao trabalho de examinar o comunicado
deste Observatório, assim também as repórteres da
Época, CBN e outras rádios, quando procuraram este Observador
na sexta-feira, dia 9, insistiam na manchete global da quinta, desconsiderando
o fato novo – a correção que já estava circulando nas bancas.
Não sabiam nem queriam saber do desdobramento. A robotização
da reportagem é uma das mais cruéis realidades do jornalismo brasileiro.
A.D
A matéria nº 2 (O Globo, 9/1/01, pág. 5) foi evidentemente acionada pelos melhores sentimentos da alta direção do jornal. Brevíssima reclamação foi atendida com uma velocidade e uma eficácia extraordinárias. Em menos de uma hora, estava diante deste Observador um repórter sazonado, querendo ser informado, sem apriorismo, munido de um gravador para uma entrevista tipo pingue-pongue. Isso não acontece todos os dias, nem com todos os desmentidos. A matéria saiu ligeiramente maior, com menor destaque da anterior, porém com maior amor à verdade. Resta saber quantos leram a manchete e quantos leram a sua negação.
A dimensão e elegância do gesto não podem ser minimizadas. Mas confirmam que uma falta grave havia sido cometida.
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