SERIADOS DE TV
Os criadores do seriado The West Wing (NBC), que se passa na Casa Branca, estão se apressando para gravar um episódio especial sobre terrorismo para o primeiro capítulo da série neste outono, em 3 de outubro. Neste capítulo, independente do resto da trama, chamado Isaac e Ishmael", o presidente americano Jed Bartlett (Martin Sheen) tem de enfrentar um ataque terrorista. O episódio não fará referências específicas aos atentados de 11/9.
"Não nos sentimos bem voltando à nossa ficcional Casa Branca sem dar uma parada", disse o produtor executivo do show, John Wells. "Esperamos poder dizer algo útil, e não de uma maneira que pareça que estamos tentando explorar estes eventos trágicos. Não se pode fingir que isto não aconteceu." Segundo a Daily Variety, o capítulo abrirá com os atores falando ao público diretamente antes de começar a representar.
Conta Steve Gorman [Reuters, 24/9/01] que West Wing vai contra a tendência seguida pela maioria das redes, que têm adiado ou mudado seus shows para evitar tocar no assunto. A CBS adiou o primeiro episódio da série The agency, baseada na CIA, por causa de referências a Osama bin Laden e a um plano ficcional de explodir um prédio em Londres. A Fox disse que cortará uma cena de explosão de avião do capítulo inicial da série 24, também sobre agentes da CIA. E a NBC engavetou um script para uma próxima série, UC: Undercover, sobre agentes federais que se infiltram em organizações criminosas.
INTERNET II
Quando a CBS começou a cobrar pelo acesso a vídeos extras do reality show Big Brother 2 na internet, houve quem protestasse ? mas o sucesso da experiência estimulou toda a indústria televisiva a ver a internet não apenas como um meio para promover shows, mas também para vendê-los. Muitas redes já planejam cobrar pelo acesso a notícias exclusivas, esportes e programação especial.
Segundo Jon Healey [Los Angeles Times, 24/9/01], a CBS foi pioneira ao começar, em julho, a vender vídeos do set de Big Brother 2 por US$ 19,95. Em um mês, mais de 250 mil pessoas se registraram para acessar os vídeos.
O interesse das redes de TV foi também intensificado pelo crescente número de casas com conexão de alta velocidade, o que melhora significativamente a qualidade do vídeo no computador. Companhias que planejam adotar conexão à internet via cabo também incentivam a experiência. RealNetworks Inc., empresa à qual a CBS se uniu para distribuir os vídeos, deve anunciar em breve uma nova versão do software GoldPass, para executar programas de internet. O serviço de assinatura online do Real Player, que custa menos de US$ 10 por mês, já atraiu mais de 300 mil clientes no primeiro ano.
Outro possível parceiro no pacote da Real é a ABCNews, que poderá oferecer replays online do World News Tonight e do Nightline. "Achamos que a internet é um ótimo mecanismo de distribuição do nosso conteúdo", disse Bernard Gershon, vice-presidente sênior e administrador-geral da ABCNews.com.
A Intertainer também oferece pacote de filmes e shows por conexão de alta velocidade via cable modem. Embora tenha menos de 50 mil assinantes, Intertainer tem o apoio de importantes empresas de tecnologia e mídia, que incluem Microsoft e Sony. Para o executivo-chefe da companhia, Jonathan Taplin, a internet dá às redes uma nova maneira de reciclar programas já exibidos, ao colocá-los num sistema de assinatura pay-per-view.