MARIO COVAS
Gostaria de sugerir que o Observatório aproveitasse a doença de Mario Covas não somente para discutir a cobertura da doença do governador, mas principalmente o que seria a cobertura de seu governo.
Durante seis anos não sabíamos o que o governador fazia. Não se cobria acompanhamento de obras, reuniões de secretariado, de órgãos deliberativos, inaugurações, nada, enfim. Agora, vemos todos os dias o governador com as dificuldades que todos acompanhamos tentando cumprir as suas rotinas administrativas mas, em virtude de suas dificuldades atuais, há cobertura de todas as atividades diárias. A ótica oscila entre o heroísmo do governador, sua sanidade ou obstinação em não abandonar o trabalho.
Por que não havia cobertura antes? Por que ele era candidato à Presidência e a cobertura de qualquer aspecto positivo significaria adesão à sua candidatura? Parece importante discutir a relação entre mídia e governo. Será que para ser independente a cobertura somente pode ser crítica? Ela não pode fazer balanço dos pontos positivos sem aderir politicamente a este ou àquele partido ou candidato? A mídia, neste sentido pretensamente "crítico", não termina por igualar todos os políticos e agir no sentido oposto ao de sua função de informar?
Cito como exemplo a cobertura da eleição presidencial de 1989 pela Folha. Todos os candidatos tinham que ser criticados. A Folha acabou misturando os descalabros do malufismo e de Collor com denúncias sobre o corte de grama da casa de Ulisses Guimarães pela Novacap e a "prioridade" dada a Rio Claro (se não me engano) na distribuição de carne durante um plano econômico. Não há sentido de proporção, não há história, não há nenhuma outra consideração a fazer. Todos são iguais na vigarice.
OBSERVATÓRIO SEMANAL
SEMANAL!!!!! Muito obrigado pelo espetacular presente!
Parabéns aos amigos do Observatório!
Congratulo-me com o vosso crescimento, que aponta para o fato de um crescente descontentamento com a tirania do "quarto poder". Cresçam, cresçam e apareçam!
Joel Zeferino, Nanuque, MG
TV É SUSPEITA
Leão Serva matou a pau (como falamos lá nas Geraes)! Todas as possíveis causas do óbito do NP estão brilhantemente explicitadas. Vou sentir saudades do NP.
JORNAL DAS DEZ
Talvez por ter vivido a época da ditadura, Marinilda identifique a Globo com aqueles tempos difíceis. Algo aceitável, levando-se em conta as íntimas relações entre as empresas Marinho e o regime militar. Por ser mais jovem, acho que tenho uma visão mais imparcial das coisas, embora conheça a pregressa história global. Mas o fato é que não senti na boca o sabor da mordaça ditatorial. Assim, digo sem peso na consciência que não vi nada de errado em dizer que a "manifestação foi financiada pelo governo gaúcho". Trata-se apenas de uma informação, dada inclusive por outros órgãos (não-marinescos) de imprensa. E dizer que tal evento é financiado por tal instituição não significa condenar tal evento e/ou o próprio financiamento. Sei que seria inútil pedir que aqueles que sofreram nos anos de chumbo tivessem maior distanciamento ao fazer certas reflexões, por isso não o farei. Seria como pedir ao irmão de uma vítima de estupro que perdoasse o estuprador.
P.S.: Não me guio pelo pensamento único.
NORUEGA
Gostaria de parabenizar o Observatório pelas excelentes matérias que têm ido ao ar. Adorei ler "Turbo-jornalismo na rede", que trata da informação via internet de maneira bastante atual. Parabéns a todos vocês da equipe!
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