VIDA MODERNA
Sinal dos tempos: o número de helicópteros civis no Brasil é um dos maiores do mundo. São Paulo é a cidade que mais uso faz do automóvel alado. Intensamente utilizado pela elite ? para lazer, para evitar seqüestros ou para escapar do trânsito nas ruas e estradas ? agora converteu-se no veículo preferido pelas tragédias.
Há duas semanas, num fim de semana rural no Paraguai, a vítima foi o comandante-empresário Rolim Adolfo Amaro, presidente da TAM e uma acompanhante, funcionária da empresa. No último fim de semana, a 500 metros da sofisticada praia de Maresias, no litoral norte paulista, desapareceram no mar o piloto e a namorada do empresário-atleta João Paulo Diniz, a linda modelo Fernanda Vogel.
Se incluímos o desastre no verão passado com o ultraleve do cantor e compositor Herbert Viana, que o invalidou parcialmente e tirou a vida de sua mulher, e acrescentamos o fatal atropelamento do músico Marcelo Fromer por uma motocicleta, temos como saldo ? ou dolorosa conclusão ? que a velocidade é a assassina do momento.
No passado, reis, príncipes e princesas eram abatidos em duelos, batalhas, levados pelas paixões. Hoje, o grande ceifador é o turbilhão do ócio e do prazer.
Não, isto nada a ver com o desempenho da mídia. Coisas da vida moderna. Mas é importante registrar que depois de três edições (sábado, domingo e segunda-feira) os principais jornais brasileiros não conseguiram justapor as duas últimas tragédias aéreas. Com helicópteros novinhos em folha.