Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Uma análise da cobertura da imprensa carioca no 11 de setembro

SALA DE AULA

Alexandre Monteiro Barboza (*)


Resumo da monografia de conclusão do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, sob orientação do professor Ricardo Benevides da Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2003. A íntegra do texto está disponível, abaixo, para download.


A edição extra sobre a cobertura da imprensa no dia 11 de setembro de 2001 mobilizou editorias e jornalistas de dois dos principais jornais do país, O Globo e Jornal do Brasil. E também chamou a atenção para o reflexo do acontecimento nas redações e no trabalho jornalístico.

A pesquisa procura analisar o posicionamento editorial, as fontes jornalísticas, as agências de notícias e o trabalho dos correspondentes no exterior.

Informação não-consistente e perguntas não-formuladas previamente fizeram parte do processo de elaboração de um novo clichê. Faltaram explicações consideradas básicas no jornalismo: como os autores do atentado passaram pela revista portando facas, canivetes e estiletes? E os sistemas de emergência? Por que não foram acionados? O objetivo do projeto é investigar as falhas na cobertura e trazer subsídios para uma discussão sobre a imprensa carioca, levantando a hipótese de ela estar mais voltada para a venda de jornal, deixando de lado a produção de notícias embasadas e de conteúdo informativo, analítico, contextualizado e social.

Uma análise no estilo de uma reportagem abordará a histeria nas redações, a razão de a imprensa ter preferido as informações oficiais, cuja orientação ideológica incentivava em alguma medida uma campanha de vingança e retaliação, apontando o principal culpado: Osama bin Laden. Os jornais se deixaram envolver em especulações sobre uma suposta terceira guerra mundial, sem ao menos ter sido feita uma análise do contexto histórico e social dos países envolvidos no atentado, e da suposta vítima: os EUA.

O Globo e Jornal do Brasil quiseram sair na frente com a notícia, mas, segundo alguns analistas, esqueceram o código de ética na gaveta, perdendo de vista o dever do jornalista de mostrar todas as versões do fato, analisar os conflitos, as hipóteses e os interesses de cada país.

(*) Jornalista

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