Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

"Uma estratégia catalisadora de mudanças"

GP AYRTON SENNA

Viviane Senna (*)

Caro Alberto Dines. O Instituto Ayrton Senna acredita que todos, sem exceção, nascem com um potencial e têm o direito de desenvolvê-lo. Desde sua fundação, em 1994, o IAS escolheu as crianças e jovens brasileiros como seu público-alvo.

O Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo foi criado, em 1997, como mais uma estratégia catalisadora de mudanças. Acreditamos na força e no poder da imprensa em provocar transformações sociais, e que a participação individual do jornalista, como profissional que é, pode fazer diferença e gerar impacto na vida de muitas crianças e jovens.

A missão do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, como claramente colocamos em todos os nossos documentos, é reconhecer e premiar posturas, compromissos e matérias jornalísticas que contribuam, efetivamente, para o desenvolvimento humano do Brasil, de modo a promover a ambiência econômica, política e social necessária ao desenvolvimento dos potenciais das crianças e jovens.

Ou seja, o GP faz parte de nossas "tarefas específicas", como o senhor diz, "de alterar posturas, mentalidades e procedimentos gerais da comunidade a que se propõem servir".

Sobre o processo de seleção/indicação de jornalistas, é necessário esclarecer nossos procedimentos:

1. As cédulas foram preenchidas com os cinco nomes mais indicados, em cada categoria (jornalista de economia e de política), por 3 mil nomes que receberam o convite para fazer sua indicação, em aberto. Não foi passada a eles nenhuma lista prévia. Entre os 3 mil nomes estão jornalistas, lideranças dos setores governamentais e não-governamentais, acadêmicos, economistas, intelectuais e empresários. Esses cinco nomes foram os mais indicados, livremente, por esse grupo.

2. O senhor faz parte, como explicamos no material incluído no estojo, de uma lista de vinte nomes, escolhidos para que pudessem participar, com maior proximidade, desse processo de seleção.

3. Os critérios para que os 3 mil nomes indicassem jornalistas foram incluídos na comunicação que tivemos com eles: "(…) premiar dois profissionais que, ao longo da carreira, venham colaborando com uma visão crítica e abrangente das questões sociais brasileiras relacionadas ao desenvolvimento humano, nas áreas de política e economia. Sempre levando em conta o impacto dessas questões na realidade das novas gerações?.

4. Sobre o critério de escolha de profissionais de política e economia, devemos esclarecer que o GP Ayrton Senna de Jornalismo tem uma história já vivida. Nas quatro edições passadas, vimos, com esperança, aumentarem a quantidade de matérias que tratam das questões ligadas à infância e juventude brasileiras. A imprensa também cresceu em qualidade. Praticamente todas as editorias participam por meio de inscrições, com exceção justamente de economia e política que fizeram uma cobertura tímida do tema. A editoria de educação, por exemplo, recebeu, por 4 anos, prêmio de destaque, tanto para mídia eletrônica como para mídia impressa. A decisão estratégica de incluir jornalistas dessas áreas específicas para serem premiados (além, é claro, das seis categorias divididas por mídia) faz parte do objetivo maior do GP de ampliar a cobertura da pauta da agenda de equidade social, focada na criança e no adolescente, para todas as editorias, inclusive a econômica e política.

Sobre suas observações finais, esclarecemos que nossos interesses são promover sim a causa do desenvolvimento humano do país. Queremos que essa causa permeie não só as agendas de jornalistas, mas também a de todos os tomadores de decisão e da sociedade civil como um todo. Queremos também que a redução das desigualdades sociais seja um desejo de todos, para que a alcancemos com eficácia.

Todos os jornalistas, sem restrições, foram candidatos na primeira fase de indicação. Ou seja, como o senhor disse, "não houve candidatos, todos eram candidatos". E todos os nossos "parceiros notáveis", como o senhor, foram escolhidos por um critério que acreditamos legítimo: sua credibilidade, sua integridade e sua postura como profissional.

Esperamos que com o GP Ayrton Senna de Jornalismo quem mais ganhe, sejam mesmo as crianças e jovens brasileiros.

(*) Presidente do Instituto Ayrton Senna