Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

US$ 25, US$ 25 mil

THE WASHINGTON POST

A coluna de 11/1/04 do ombudsman do Washington Post, Michael Getler, trata de dois assuntos completamente distintos a que os leitores chamaram atenção. O primeiro é relativo à seção Metro (sobre assuntos da área metropolitana da capital americana), que publicou informação incorreta sobre a cobrança nos parquímetros da cidade. O diário noticiou que, no dia 2/1, eles não funcionariam, o que fez com que muitas pessoas deixassem de pagar para estacionar, e, conseqüentemente, levassem multas a partir US$ 25 (chegando, em alguns casos, a US$ 100).

No dia seguinte, uma nova nota apenas reconheceu a falha, mas não explicou se o responsável foi algum repórter ou a prefeitura. Isso deixou os leitores ainda mais irritados do que com a incorreção em si. O ombudsman reconhece que o jornal, com alguma freqüência, publica erratas que, pela falta de informação, acabam piorando a situação. Como ainda não está claro de quem foi a culpa no caso dos parquímetros, o certo seria informar que a questão ainda está em averiguação.

O outro fato abordado por Getler tem a ver com matéria do New York Times que acusa o colunista George F. Will de citar, em um texto recente, afirmações do empresário de mídia Conrad Black, sem apontar, no entanto, que já trabalhou para ele, participando de um conselho consultivo montado pelo milionário, no qual recebia US$ 25 mil por dia. A coluna de Will, uma das mais lidas nos EUA, é vendida a diversos jornais pelo Washington Post Writers Group.

Fred Hiatt, editor das páginas de opinião do Post explica que, em geral, esclarecimentos com relação a conflitos de interesse não costumam ser demais. No entanto, neste caso, ressalta ele, é importante ter claro que já se passavam dois anos desde que a relação de negócios entre Will e Black havia acabado. Além disso, a citação do empresário não tem a ver com negócios. São idéias que o autor usa para reforçar sua tese com relação à soberania européia.

Getler acredita que o colunista deveria ter sido mais claro sobre de seus negócios passados, ainda que eles não tivessem relação com o assunto discutido no texto. "Às vezes isso precisa ser feito no papel, mas certamente tem de ser informado aos editores, que podem tomar suas próprias decisões antes da publicação ou da distribuição", conclui.