Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vale tudo por mais audiência

MONITOR DA IMPRENSA

CNN

Rick Kaplan perdeu a presidência da CNN no ano passado e, desde então, a emissora tenta mudar sua fórmula, trazendo talentos mais jovens e produzindo mudanças estéticas na programação. No entanto, a estratégia parece não ter sido suficiente para alterar o baixo índice de audiência e a falta dos consagrados grandes furos de reportagem da rede, que já duram meses. Contudo, disse o USA Today [24/4/01], a recontratação do âncora Lou Dobbs e as imagens exclusivas do acidente com o avião americano em território chinês, no início de abril, são sinais de que a emissora caminha para nova fase.

Em contraste com os 400 cortes realizados no ano passado e a possibilidade de outros, nos bastidores da rede correm boatos de que maiores salários e bônus serão oferecidos para atrair grandes nomes e estrelas. Dobbs, que acaba de retornar à liderança do Moneyline, foi o primeiro.

Mas a emissora para a qual volta não é a mesma que deixou. A ênfase agora são os talk shows, e os âncoras são mais jovens para atrair outro público. A atriz Andrea Thompson, por exemplo, tinha sua estréia prevista como âncora no meio do ano [ver
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]. Sheila MacVicar, que era repórter da concorrente ABC News, também acaba de ser contratada, disse a Associated Press [24/4/01]. O perigo da programação se voltar para o entretenimento existe, ainda mais sob o comando do império mediático da AOL Time Warner.

Segundo Jamie Kellner, atual responsável pela supervisão de todas as emissoras da AOL TW e antigo chefe da Fox e WB, as novas prioridades da CNN são: aumentar de forma significativa a divulgação dos programas; reavaliar e fazer mudanças na programação, sempre no intuito de aumentar a audiência; manter a imparcialidade; continuar com os talk shows e manter os olhos abertos para novos talentos. Pelo visto, a frase de Van Susteren, funcionária da empresa há 10 anos, parece definir o momento: "Temos uma televisão inteligente. A questão é: isso vende?"


Âncora erótica

A expectativa de que a contratação da sensual Andrea Thompson atraia audiência pode estar frustrada. Na quarta-feira, dia 25, a rede descobriu um filme erótico e fotos de Andrea nua do início da carreira de atriz e modelo; as fotos estariam circulando na internet. Segundo Cory Johnson [Standard Media, 26/4/01], a emissora pode rever sua controversa decisão de contratar a ex-detetive do programa NYPD Blue, que deixou furiosos correspondentes que há décadas almejam uma posição de âncora na CNN. A atriz tem apenas seis meses de experiência na área.

De acordo com um funcionário, Andrea, 41 anos, não alertou a rede sobre o filme. A Turner Networks, proprietária da CNN, há muito tempo estabelece regras de "conduta moral" para seus empregados. Por exemplo, que não se fume ? no trabalho ou fora dele. Portanto, o futuro da atriz é agora incerto.

AOL & TIME INC

Este ano tem sido difícil para a indústria de revistas nos Estados Unidos. Para a maior editora do setor no mundo, no entanto, a situação é ainda pior ? escreveu Alex Kuczynski [New York Times, 23/4/01]. Além da instabilidade econômica e da falta de anunciantes, que têm gerado cortes em toda a mídia impressa, a Time Inc. tenta se adaptar às diferenças culturais de sua nova parceira, America Online.

Norman Pearlstine, editor-chefe da Time Inc., é provavelmente o símbolo mais forte do momento que vive a companhia. Sob seu comando, uma nova equipe descentralizou o comando. Três representantes estão designados para supervisionar os editores de cada revista, diversos contratos foram renegociados para que a meta de orçamento fosse atingida e 12 novos títulos, lançados. A estratégia agora é comprar revistas já lucrativas por preços mais baixos, devido à conjuntura econômica desfavorável.

Os ajustes têm deixado executivos e funcion&aacuaacute;rios da Time Inc. preocupados com a cultura "não-jornalista" da AOL e com a pressão da AOL Time Warner para que as metas financeiras sejam atingidas ? mesmo com o mercado de anunciantes em baixa ?, mas Pearlstine afirma que a visão editorial da companhia continua independente e que seu jornalismo não será restringido.

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