Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vinte anos de música

MTV

Em 1o de agosto, a MTV americana completa 20 anos. A emissora se despede de seus anos teen com especiais promocionais que apresentarão o crescimento da MTV, desde seu início obscuro até o atual papel dominante na cultura musical e popular. E material não falta. A emissora não apenas mudou a maneira de se ouvir música, mas também "turbinou" carreiras como as de Madonna e Michael Jackson, influenciou tendências da moda e interferiu na forma de se fazer filmes e programas de TV. Das idiotices de Beaves and Butthead ao logotipo, a estação que pertence à Viacom parece agora estar em todos os lugares.

Os números financeiros também impressionam. No ano passado, o faturamento da MTV Networks, que inclui MTV2, VH1, Nickelodeon, TV Land, TNN e CMT, foi de US$ 3,04 bilhões ? quase o triplo do de 1995. Na luta pela audiência, a MTV é a emissora número 1 entre o público de 12 a 24 anos.

Mas nem todos morrem de amores pela MTV. Críticos alegam que o segredo para o sucesso é resultado de uma barganha faustiana, em que a emissora sacrificou sua credibilidade inicial para atender aos gostos adolescentes mais banais. Segundo Lorraine Ali e Devin Gordon [Newsweek, 23/7/01], artistas de maior destaque na MTV são os poppers descartáveis como Britney Spears e ?N Sync, e programas de maior sucesso consistem em jovens votando por seus videoclipes favoritos.

Alguns, como a ex-âncora da emissora Tabitha Soren, acham que a MTV está desperdiçando sua capacidade. "Hoje, a MTV tem poder suficiente e mostrou quão irreverente e criativa pode ser para se distinguir da programação de rádio", afirma. "Music Television é um termo que deve ser redefinido a cada geração", diz Brian Graden, presidente de programação.

A última grande reinvenção da MTV veio com o advento dos Back Street Boys. Ocorreu em 1996, quando o grunge e o hip-hop não eram mais suficientes para alavancar a audiência em queda. A nova fórmula açucarada deu certo, mas executivos percebem que os ventos estão mudando de direção novamente. As vendas de discos estão baixas em relação ao ano passado e a forte economia que sustenta o mercado teen anda trêmula. Por enquanto, as crianças ainda têm fome de açúcar, e a MTV está feliz, servindo. Quando for o caso, a MTV muda novamente, tal como massa de modelar.

REALITY SHOWS

Os reality shows que inundaram emissoras americanas no verão passado voltam com tudo nesta temporada. Outro Big Brother, outro Mole, mais Temptation Island e outras três estréias colaboram para atingir o patamar de 15 a 20 programas da espécie que está abarrotando a TV americana.

Apesar da superlotação, de acordo com Bill Carter [The New York Times, 17/7/01], o barco não dá o menor sinal de naufrágio. Agências de talento, executivos e roteiristas de Hollywood têm esperança de que o gênero entre em decadência após seu uso abusivo pelas emissoras.

Mas nem todos no meio acreditam na efemeridade dos shows da vida real. Para alguns produtores, o novo gênero não representa o fim do mundo do entretenimento, mas um momento potencialmente sísmico por trás da tendência atual que guia os jovens. A nova geração se interessa por programação realista, em detrimento de piadas artificiais de personagens ficcionais.

O mais recente sucesso da CBS, o reality show Big Brother, em sua segunda edição, surpreendeu aos telespectadores e à própria equipe da emissora. Um dos participantes, Justin Sebik, foi expulso do programa após colocar uma faca na garganta de uma concorrente. O jovem de 26 anos, barman de Nova Jersey, EUA, afirmou que estava apenas brincando. Momentos antes, Sebik beijava e abraçava a moça, que não se feriu.

O episódio levou Bill Carter [The New York Times, 16/7/01] a questionar como a CBS avalia o comportamento dos "participantes reais". Havia sinais de alerta sobre Sebik? Arnold Saphiro, produtor da série, disse que o participante já fora repreendido por suas expressões hostis. Um executivo da CBS garantiu que o histórico de Sebik foi abundantemente analisado por uma agência de segurança altamente profissional e experiente, a qual aprovou sua participação no Big Brother 2. Leslie Moonves, presidente da CBS, reconheceu que o incidente revelou a impossibilidade de obter a ficha completa de qualquer pessoa.

    
                     

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