Edição de Marinilda Carvalho
O leitor José Renato M. de Almeida, de Salvador, pergunta como reagiria a mídia se o PT estivesse no governo, nesta hora em que a Esplanada dos Ministérios inteira bate cabeça com a crise energética e a imprensa-cordeirinho dá dicas para você economizar luz. Já imaginaram? O Congresso estaria pedindo o impeachment de Lula e a mídia, indignada, faria coro. Recomendo a leitura do artigo "Profecias e álibis impressos", de Gilmar Crestani, na rubrica Imprensa em Questão, nesta edição do OI: está para explodir o problema da água, mas a mídia não está nem aí.
Enquanto escrevo, na noite de domingo, Boris Casoy entrevista ao vivo quem? O tal de ACM, que quase sai aos tapas com o entrevistador, a quem diz: "Você tem o direito de gostar do Fernando Henrique, Casoy". ACM, como se sabe, não gosta mais.
Apesar da briguinha, a entrevista é mais uma sobrevida, em rede nacional, para o baiano. Uma amiga pede: "Veste o pijama, ACM!"
É, vai dormir, vai, ACM!
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PAINEL DO SENADO
Ao usar a expressão "violação do painel do Senado", os jornalistas de toda a mídia brasileira parecem cometer um equívoco. Embora não entenda lá essas coisas de informática, parece-me que o que foi violado no Senado foi a memória dos computadores, não o painel. Da memória das máquinas foi tirada a famigerada lista de votação que deu no que deu. O painel propriamente dito funciona apenas como um monitor e, pelo menos até agora, não se sabe se ele foi também violado. O que não é improvável. O painel eletrônico não apresenta listas, mas apenas resultados de votações. Ele não tem memória.
Agora, uma coisa é certa: as investigações para apuração total da verdade precisam continuar até as últimas conseqüências. Porque se o sistema foi violado há muito o painel pode estar apresentando resultados que não correspondem à votação efetivamente realizada pelos senadores. E isto é muito mais que violar, é violentar a representatividade popular no Poder Legislativo. É tirar do eleitor uma das poucas possibilidades que tem de influenciar democraticamente os destinos de seu país.
Marcos Corrêa Pinto, estudante de Jornalismo, Vilha Velha, ES
JORNALISTAS
Sr. Nilson Lage, fiquei estupefata com o banho de história e consciência abrangente que o senhor deu com seu discurso publicado no Observatório, que acabo de ler. Sou uma simples dona de casa, 54 anos, e havia muito tempo não lia uma verdadeira monografia, viva, como esta. Parabenizo-o e informo que estou enviando a algumas pessoas de minha relação este presente fantástico que foi sua abordagem sobre o despertar da relação da consciência do jornalista nos diversos momentos da história da humanidade.
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